(este texto é uma resposta ao texto do meu amigo e ex-patrão Nehemias. A boa indagação dele segue abaixo do Post, para apreciação dos crentes que pensam)
É bem verdade que a igreja só continua a existir e fazer a diferença porque dos céus lhe é dado poder para fazer isso. Seria impossível pregar graça e misericórdia se por trás de pelo menos parte dessa pregação não houvesse a mão de Deus.
Eu não nego a natureza divina da igreja, tampouco combato nossa espiritualidade. Sei que tudo que fazemos tem parte espiritual (eu chego a crer que é o físico apenas reflexo do espiritual, tamanha importância que dou a essa verdade), porém creio que o espiritual, enquanto homens carnais, se faz conhecer no coração, no meu e no seu, e no coração de cada um.
É nesse prisma que Deus age!
A igreja cristã não continuaria aberta se ela fosse toda podre. Se todos seus líderes fossem mercenários arrogantes, usurpadores de glória, déspotas asquerosos, ou papas podres, ela certamente já teria sucumbido como aconteceu com diversos impérios pela história da humanidade.
Mas, a grande verdade na vida e história da igreja é a GIGANTESCA MISERICÓRDIA do Criador para com seus filhos. O Amor de quem nos amou primeiro prova isso.
Em meio a mercenários arrogantes, usurpadores de glória, déspotas asquerosos e papas podres, há uma multidão de SANTOS. Milhares de pessoas dispostas a seguir o Cristo como eu e você fazemos. Não fazendo disso um mercado, um discurso, uma profissão ou uma promessa, mas fazendo isso porque amamos quem nos amou primeiro, como ação de graças pela salvação.
Graças a Deus que não sou Deus, por isso escrevo que na MINHA vida, pelo menos no meu tempo de ministério, a experiência e conhecimento adquirido ao lado de mercenários arrogantes, usurpadores de glória, déspotas asquerosos e papas podres, foi capaz de fazer desaparecer a paixão que um dia eu senti pela MINHA igreja.
SE EU FOSSE DEUS NÃO HAVERIA CLEMÊNCIA PARA TODA A HUMANIDADE (ainda bem que apenas desfruto do perdão).
A igreja continua viva porque Deus enxerga ACIMA (ou seria por trás?) de toda a podridão que existe, e que você conhece tão bem quanto eu, no meio cristão.
E isso não é privilégio nosso. A história da igreja é má. A palavra de Pedro quando confrontado pelo “núncio apostólico judaico” foi: “Portanto, se Deus lhes deu o mesmo dom que a nós, quando havemos crido no Senhor Jesus Cristo, quem era então eu, para que pudesse resistir a Deus?” (At 11:17). E aqui eu entendo que a vontade dele, Pedro, não era tornar o evangelho parte do cotidiano gentio, mas um axioma restrito aos judeus; e isso foi logo no começo da igreja (nesse post eu falo mais sobre isso: http://crentepensando.blogspot.com/2008/03/arrependimento-para-vida.html ).
Prova de que muita gente esta fazendo certo são as muitas divisões e reformas que a igreja sofreu por toda a era cristã. De Savanarola ao Tognini, todos procuravam reformar aquilo que achavam não cumprir mais eficazmente com a propagação do anuncio da graça do filho de Deus.
E quando João diz: “Se dissermos que temos comunhão com ele, e andarmos em trevas, mentimos, e não praticamos a verdade”, o peso dessa palavra tem implicações eternas, e não somente, quiçá, terrenas. Por isso muita gente mentirosa continua andando nas trevas, praticando enganação, e dizendo ter comunhão com Ele. O que esses tais ganharão com isso? Ninguém sabe! O que implica essa falta de comunhão? Inferno? Talvez...o fato é: APENAS AO CORDEIRO CABERÁ JULGAR.
Quando você diz: “Se continuarmos lutando contra as práticas dos homens, enfrentando-os como fizemos até aqui, teremos mais anos difíceis em que teremos mais derrotas que vitória”. Eu concordo plenamente. Por isso eu parei de lutar contra homens. Eu sou fraco e pequeno demais. Eu perdi a luta. Foram três anos de luta. E como disse, repito, as coisas ruim suplantaram as boas. Por isso não luto mais.
O que direi agora talvez sirva também pra você: “SE DEUS OPERAR UM MILAGRE EU VOLTO PARA A IGREJA”, caso contrário, permaneço onde estou, pois descobri que o evangelho e a graça não são apanágios eclesiásticos, mas sim, dádivas universais gratuitas. Por outro lado, é verdade, não criei um muro entre mim e a instituição por quem devotei tanto amor, apenas nos separamos depois de por três vezes ela ter me extirpado de dentro de si mesma.
E como eu disse: DEUS, MOVIDO DE ÍNTIMA COMPAIXÃO, ESCOLHEU NOS AMAR. E PRONTO. PONTO FINAL.
A resposta que dou a esse amor é que vai determinar o curso do evangelho na minha vida. Sobre tudo o que você disse: “buscar o Senhor...”, “invocar”, “levantar o olhos para o monte”, etc, tudo isso se resume para mim numa coisa só, a saber: AMAR COMO CRISTO AMOU.
Amar quem me fez bem e quem me fez mal. Perdoar. Dar. É amando que invoco. É amando que busco. É amando que vejo o socorro, e quando o faço, o faço na esperança eterna e espiritual de vida e graça.
Não estou lutando contra ninguém, nem você. Apenas saímos cansados de um luta que não era nossa, ou talvez até lutamos contra as pessoas erradas, e ai estava nosso erro: lutar contra pessoas. Ao invés de orar, discutimos. Ao invés de perdoar, agredimos.
Quando chorei, gritei. Quando errei, assumi. Não fiz nada escondido. Por isso tenho condições de falar abertamente o que penso. Sei que você também pode fazer isso.
E saiba: iguais a nós existem milhares. Gente descontente. Gente ferida. Gente indignada. Gente prostrada. Gente disposta a fazer diferente.
E gente como eu e você sabemos e temos plenas condições de ajudá-los. Você bem sabe a profundidade da compreensão que temos de EVANGELHO.
Por isso nós não lutamos mais. Apenas amamos, POIS QUE AMA CUMPRIU A LEI.
De um louco que tenta amar sempre...
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"Pr Ludyney,
Lendo seus escritos, por vezes te vejo como meu porta-voz e me sinto aliviado por saber que muitos passam a saber de meus pensamentos e sentimentos latentes, sobre os quais não me sinto à vontade para capaz de falar tão bem e claramente, portanto, não tenho coragem de expô-los. Tens a coragem e a capacidade de expressar o que sentes e acaba por revelar o que sinto.
Sei que sabes disso porque sempre que conversamos a respeito de temas tão polêmicos, atuais, presentes no meio dos que arrogam ser o povo de Deus, raramente divergimos na essência e naquilo que divergimos sempre conseguimos uma síntese aproveitável.
Neste escrito, “Hoje eu preciso conversar sobre Deus...”, mais uma vez me deparo com a exposição de um conflito que perdurou por longos anos e que a seu ver te trouxe mais perdas que ganhos, todavia, vislumbro ai, neste mesmo texto, um sentimento que se aproxima da expressão do apóstolo Paulo a Timóteo, um também Pr., da Igreja em Éfeso ( II Tm 4.7).
Todavia, como leitor de seus escritos e como você, dialético por natureza, estou sempre em uma posição de vanguarda, objetivando uma idéia nova, uma saída estratégica, porém, nessa, não há como, a não ser me voltar aos ensinos bíblicos que nos exorta: “Porque não temos que lutar contra a carne e o sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais”.
Talvez você vá me julgar ser mais um fundamentalista louco que não mereça crédito, pensando que queira espiritualizar tudo, mas, entre nós que queremos seguir a Jesus, o Cristo, não há saída. Tudo o que fazemos é ou tem reflexo da e na esfera espiritual, principalmente quando se trata de especificamente do serviço para o Reino.
Cabe lembrar que se somos servos, tudo o que somos, fazemos, sentimos, pensamos, tem, obrigatoriamente, conseqüências espirituais. Reflete a relação com Deus a relação com os humanos.
Por isso é complicado aceitar que gente que só faz o mal esteja à frente de alguma coisa pertencente ao Reino de Deus. Onde há luz não há trevas, não há comunhão entre elas. O apóstolo João escreve: “Se dissermos que temos comunhão com ele, e andarmos em trevas, mentimos, e não praticamos a verdade”.
Se continuarmos lutando contra as práticas dos homens, enfrentando-os como fizemos até aqui, teremos mais anos difíceis em que teremos mais derrotas que vitórias.
Por isso, sabendo contra quem lutamos, percebo a necessidade de abandonarmos as novidades que nos fazem semelhantes aos que nos opomos, fazendo prevalecer o que nossas consciências fervilhantes lutam: fazer o que é correto.
Para isso vale muito o ensinamento bíblico através do Salmo 121: “LEVANTAREI os meus olhos para os montes, de onde vem o meu socorro. O meu socorro vem do SENHOR que fez o céu e a terra. Não deixará vacilar o teu pé; aquele que te guarda não tosquenejará. Eis que não tosquenejará nem dormirá o guarda de Israel. O SENHOR é quem te guarda; o SENHOR é a tua sombra à tua direita. O sol não te molestará de dia nem a lua de noite. O SENHOR te guardará de todo o mal; guardará a tua alma. O SENHOR guardará a tua entrada e a tua saída, desde agora e para sempre”.
Nossa saída é crer que o ensinamento de Deus por meio do profeta Isaías é também para nós (Is 55.6, ss), para que possamos assim sermos mais que vencedores por Aquele que nos amou (Rm 8.37).
Não vejo outra saída senão observar a Palavra Profética de Jesus (Mt 24.42) pois isso é de fato importante e também saber que nossa angústia Jesus sentiu em dose que não suportaríamos (Mt 26) e foi quando disse aos discípulos para que eles vigiassem e orassem para que não caíssem em tentação (Mt 26.41).
Se Jesus é o Caminho, Verdade e Vida, seguí-lo é nossa chance, obedecê-lo é a única possibilidade pois Ele é a única esperança.
Fora D`Ele, sem chance. Nossa luta consciente é vã. Portanto “Buscai ao SENHOR enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto” e nisso vamos ser fundamentalistas pois nisto consiste nossa chance de ver o Reino de Deus ser estabelecido como gostaríamos, além do que, Ele já nos disse para que “buscássemos primeiro o Reino do Céu e Sua Justiça porque todas as outras coisas nos seriam acrescentadas” (Mt 6.33), lembrando o que ele fala antes (Mt 4.17, ss). Vamos adotar como regra de fé e prática o sermão da montanha. Vamos viver a fé que pregamos ou que temos vontade de pregar ou seja, vamos testemunhar (práxis da fé) onde estivermos ou possamos estar por meio de nossos irmãos chamados e enviados (Atos 1.8) e Ele nos abençoará com Sua Presença todos os dias, até a consumação dos séculos (Mt 28.20).
Ludyney, leia a mensagem de hoje, 04 de janeiro no Mananciais no Deserto 1. Talvez não seja algo muito intelectualizada teologicamente mas pode ser uma referência para uma meditação importante e construtiva.
Un abrazo
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