Eu acabo de pregar usando o famoso texto do jovem rico (Lucas 18:18-30), e devo ter aprendido uma das três mais importantes lições que já ouvi retiradas do texto bíblico. O primeiro certamente é o texto de Filipenses 2:5-10, a maior aula de cristianismo. O segundo é a grande comissão de Atos 1:8, e agora a história do jovem rico.
A bíblia diz que era um homem de muitas posses, que depositava sua esperança, confiança e segurança em sua riqueza. Era sincero em sua devoção e na observância das leis, tanto que Marcos (Cap 10) quando relata a mesma história diz que Jesus o amou quando o ouviu dizer que obedecia a todos os mandamentos desde a sua mocidade. Porém, era o simples cumprimento exterior, sem relevância real interior. O que movia sua obediência era simplesmente a aceitação exterior de regras milenares que deveria ser manifestações exteriores de um sentimento interior advindo dos céus, mas que se tornaram a base religiosa de exclusão ou inclusão num pretenso reino celestial dominado por homens.
Infelizmente hoje temos a mesma realidade. Muitos e muitos e muitos e muitos crentes são como o jovem rico, ou seja, são exímios cumpridores das doutrinas religiosas em que estão inseridos. Em alguns casos não bebem, não fumam, não dançam, não transam, não jogam, não fazem isso, não fazem aquilo, dizimam (alguns até primiciam – a nova heresia de dar $$ para o líder inescruporeligioso), mas acabam se transformados em seres humanos mutilados de sua essência, desenvolvendo patologias medonhas de culpa, medo e insegurança. Como disse Paulo aos colossenses no cap. 2:21-23: “Não toques, não proves, não manuseies? As quais coisas todas perecem pelo uso, segundo os preceitos e doutrinas dos homens; As quais têm, na verdade, alguma aparência de sabedoria, em devoção voluntária, humildade, e em disciplina do corpo, mas não são de valor algum senão para a satisfação da carne”, ou seja, isso não vale nada nem para satisfação da carne, quiçá para a realidade eterna e espiritual.
É tão simples, basta ler a bíblia. A mesma reforma religiosa da idade média deveria ser levada a cabo hoje dentro das igrejas cristãs. Ou aprendemos de uma vez por todas o que significa o evangelho ou abandonamos a nossa fé porque ela tem cheirado mal. E para isso precisamos voltar a ler, estudar, aprender e meditar na bíblia. É ela e não o líder religioso a detentora da verdade.
O jovem rico possuía um empecilho para alcançar aquilo que ele mais desejava, a saber, a vida eterna. Seu obstáculo era sua grana. Seu dinheiro era seu deus. Seus bens eram sua segurança. Prosperidade era sua herança. Mas Jesus lhe apresenta o fruto eterno da salvação. Lhe dá a chance de ter o que ninguém pode tomar. De se fazer participante da glória de Deus revelada e a nós imputada através de Cristo Jesus.
Jesus lhe diz: “Vá...vende...dê...vem e segue-me”. Ir, vender e dar era apenas o remédio que lhe curaria da ganância, da segurança em qualquer outra coisa que não apenas em Cristo. Jesus não queria que ele simplesmente ficasse pobre por ficar, Jesus sabia que o coração daquele homem nunca estaria realmente escondido com Cristo em Deus, por isso lhe dá a oportunidade de trabalhar seu maior obstáculo e então cumprir a maior e mais sublime obediência que se pode ter: SEGUIR JESUS de modo a entregar o controle e destino nas mãos daquele que morreu na cruz por mim. Ponto final. É só isso. Entregar a vida e confiar.
Não há segredo maior no cristianismo. Não há batismo em água ou no Espírito. Não há pagamento de dízimo. Não há dogmas ou doutrinas a seguir. Não há sacramentos. Não há obediência cega a líderes. O que há é apenas ENTREGA DE VIDA A JESUS. Só isso.
Jesus nos quer por inteiro. Quer que eu veja nele a minha única segurança, a minha única saída e a minha única esperança. É Ele. Apenas Ele. Tão Somente Ele. Nada mais do que Ele. É só Jesus. É só com Jesus. E é só em Jesus. Não há outro caminho. Não outra receita. É só Jesus.
Que parte a gente não entende? É só Jesus.
O convite feito para o jovem rico é feito para mim: VEM E SEGUE-ME. É só isso que eu preciso.
Eu não preciso ter meu nome no rol de membros de uma igreja. Não preciso fazer parte de células. Não preciso obedecer pia e cegamente meu líder. Não preciso caminhar junto com a minha denominação. Não preciso dar o dízimo. Não preciso casar ou cumprir os sacramentos. Não preciso falar em línguas estranhas. Não preciso cair na unção. Não preciso votar no Serra. Não preciso ouvir música gospel. Não preciso ter cadeira cativa na igreja. Não preciso fazer da bíblia meu desodorante. Não preciso aprender a falar “evangeliquês”. Não preciso de nada, EU SÓ PRECISO DE JESUS CRISTO, O HOMEM DE NAZARÉ. O FILHO DE DEUS ENCARNADO. O CORDEIRO DIGNO DE ABRIR O LIVRO. AQUELE QUE ERA, QUE É E QUE HÁ DE VIR. O ALFA E O ÔMEGA. O PRÍNCIPIO E O FIM. O VERBO QUE ESTAVA COM DEUS E QUE É DEUS. O CORDEIRO PASCAL QUE FOI MORTO PARA QUE EU PUDESSE SER SALVO. ENFIM, EU SÓ PRECISO DE JESUS, O FILHO DE DEUS.
E a igreja inventa tanta coisa...
A história do jovem conta o final triste da escolha errada que ele fez, e termina falando que a obra de salvação é de exclusividade divina. É Deus quem salva, é Ele quem opera o impossível de salvar. E nos promete a maior de todas as bênçãos: vida em abundância. Vida eterna. A certeza da salvação e a paz e esperança constantes advindas disso.
Eu só preciso de Jesus. O mundo só precisa de Jesus. Tudo é Ele, dele e por ele.
Quando eu ouço sua voz, sigo após ele e entrego o controle de tudo...ai meu amigo, ai tudo muda. Tudo se torna claro. Eu me torno perfeito, como perfeito é Deus. Eu tenho a vida eterna. Eu posso tudo, em Cristo Jesus, o cordeiro que morreu, mas que ressuscitou e hoje habita à destra de Deus.
Ao cordeiro Jesus toda a honra pelo séculos dos séculos, amém!
Comentários