Eu queria pregar, e acredito que este seja o único e derradeiro espaço que me tenha sobrado.
Vamos lá então.
"Portanto, agora já não há condenação para os que estão em Cristo Jesus, porque por meio de Cristo Jesus a lei do Espírito de vida me libertou da lei do pecado e da morte". Rm 8:1-2
Se pregássemos apenas isso, pregaríamos tudo.
Nestes versos habitam a mais crucial verdade do cristianismo, não da religião cristã, mas da experiência vivificante provocada pela fé em Jesus.
O que Paulo quer dizer é a mesma verdade proclamada por Jesus logo no primeiro capítulo, do primeiro evangelho escrito: “ (...) depois que João foi preso, Jesus foi para a Galiléia, proclamando as boas novas de Deus. “O tempo é chegado”, dizia ele. “O Reino de Deus está próximo. Arrependam-se e creiam nas boas novas”.
Quais eram as boas novas que Jesus saiu a anunciar durante seu ministério na terra? Não eram outras se não: que agora já não há condenação para quem crê nas boas novas (Jesus), se arrepende e passa a viver pela lei do Espírito. Para estes não haverá mais morte gerada pelo pecado.
Era tão simples naquela época quanto é agora.
Parece uma grande balela, mas é tão simples quanto apertar o botão de um controle remoto e esperar que a TV mude de canal sozinha. Eu não faço idéia do mecanismo por detrás dessa tecnologia, mas faço uso constante dela. Da mesma forma é a crença nas boas novas, no evangelho, que é a vinda do Reino dos céus coabitar com os homens, a fim de remí-los pelo sangue do unigênito filho de Deus, Jesus..
Não existe regras de interposição para a aceitação da idéia de Jesus como Senhor e Salvador. Foi a igreja quem criou regras. Foi a igreja e seus atos litúrgicos, sua parafernália paramental, seu zelo doutrinário, seus dogmas infalíveis, sua casta sacro-clerical, e sua sede infinda por poder que tornaram as boas novas meras peças de escambo e comércio ao longo dos séculos.
Todavia, a real essência do cristianismo continuo insólita e incorruptível nas mãos dos reais e pios que verdadeiramente estão em Cristo Jesus.
A igreja foi capaz, sim, de afastar milhares, milhões do anúncio gracioso e gratuito das boas novas, mas nunca foi capaz de frear o poder do evangelho de Jesus. Tantos e tantos, incontáveis e incontáveis, milhões e milhões, se vêem fora da condenação da lei, que traz a condenação porque ressalta, estimula e condena o pecado. O cristão, no entanto, já não está debaixo da lei.
Não adianta invertamos leis, quanto mais inventamos leis, mais bloqueamos e disfarçamos o anuncio do evangelho.
Ora, se Cristo nos libertou, porque vivemos a aprisionar os que nEle crêem?
É isto que a Lei faz, aprisiona, prende, limita, e condena o pecado e o pecador. É pela lei que tomamos consciência dos nosso atos errados, e e também por ela que somos condenados da mesma forma que o diabo e seus anjos. A maldição que ela nos impunha foi levada por Cristo, que “nos redimiu da maldição da Lei quando se tornou maldição em nosso lugar, pois está escrito: “Maldito todo aquele que for pendurado num madeiro” (Gl. 3:13).
Foi para me libertar do pecado e da morte que Cristo se fez maldito por amor a mim. Isso é a prova de um amor que não se pode mensurar, não se pode provar, não se pode explicar, mas que se deve imitar. Morrer por amor da liberdade do outro. Morrer para livrar do pecado e da morte aquele que o crucificou. Morrer para libertar gente como eu que crucifico Jesus quase todos os dias (http://crentepensando.blogspot.com/2007/12/prender-ou-soltar-barrabs.html); é o meu pecado a prova cabal da minha participação na crucificação do Cristo.
O homem por sua própria força nunca experimentaria a verdadeira, graciosa e regozijara liberdade de estar livre em, com e no Cristo. São momentos de agruras inimagináveis que nos fazem ver quão precioso é o dom da vida eterna. É como cria Davi: não posso perder a alegria da salvação divina.
Em hipótese alguma eu posso viver sem ter a certeza de que, em Jesus, na fé no Cristo, eu sou livre para ser eterno.
Portanto, para quem está em Cristo Jesus...eu, você, o outro, sei lá quem, para quem tem fé em Jesus não pode haver condenação. Eu não posso me dar ao luxo de condenar. Eu não posso usurpar a competência de justo juiz daquele que, por amor ao pecador, morreu para tornar-me livre.
O meu papel, enquanto igreja, é fazer conhecida a verdade mais básica do cristianismo, é viver o mais singelo dos ensinamentos de Jesus, e a mais primária das verdades divinas, a saber: “é chegado o Reino dos Céus, arrependam-se e creiam no evangelho” .
A verdade não é: “é chegada a hora de construir um novo templo, pois a glória da segunda casa será maior que da primeira”, tampouco: “é chegada a hora de retornarmos aos princípios denominacionais”, ou “é chegado o momento de dizimarmos mais, ó ladrões do templo sagrado”, nem muito menos: “é chegada a hora de nos afastarmos do mundo, dos incrédulos e dos que nunca ouviram falar de Jesus”.
A verdade que deve sair dos nossos lábios, púlpitos, revistinhas, programas, e etc é tão somente a mesma que saiu da boca de Jesus: “O Messias está entre nós, arrependam-se, creiam nele, recebam o evangelho do amor e do perdão, sejam livres em Jesus, e recebam a absolvição que só a fé no filho de Deus pode dar”.
Tudo o mais que advém desta verdade vivida, deve ser enfrentada, cultivada, celebrada e esperada como se nossas igrejas fossem um anfiteatro do reino dos céus entre os homens. O que passar disso, provém do maligno...
A Deus seja a Glória
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