Uma fase de loucura.

Denunciar a igreja é fácil, muita gente (graças a Deus) tem feito isso. E fazê-lo é como denunciar um crime visível a todos, como o jogo do bicho. Todos sabemos que é errado, qualquer um pode delatar, mas não fazemos porque lançamos mão dele de vez em quando, “deixe a banquinha lá, um dia posso sonhar com cobra e apostar no sapo”, diz o possível delator; o dinheiro sujo sustenta aquele pobre apontador. E o mesmo é com a igreja, deixe o pastor charlatão lá, eu posso precisar fazer uso de sua pajelança.

Por isso quero iniciar uma nova fase no blog, já que pareço fora de mim, me vale muito o que Paulo escreveu: “acaso não tornou Deus louca a sabedoria deste mundo? Visto que, na sabedoria de Deus, o mundo não o conheceu por meio da sabedoria humana, agradou a Deus salvar aqueles que crêem por meio da loucura da pregação”, que TRECHO MARAVILHOSO que os corintos ouviram, ou leram.

A nova fase do blog é sobre esta loucura, algo sem visão racional, sem obviedades, sem raciocínio lógico, que, por ser louco, pode durar apenas um ou dois post´s, mas que também pode ser eterno (o mais provável é que eu ainda denuncie de vez em quando). A loucura divina que confunde o homem. A loucura que me alegra, que me deixa atônito e que me tranqüiliza, tudo ao mesmo tempo, me fazendo parecer um esquizofrênico, ou simplesmente, um louco.

E talvez, certamente, eu seja doido. Olhe pra mim, quem sou eu? A única coisa que possuo, além da paixão e conhecimento sobre futebol e são Paulo f.c, é fé. Acho que nem esperança tenho mais. Apenas fé. Posso morrer hoje ou amanha, ou talvez apenas daqui a 70 anos, mas o que terei? Nada, é a resposta baseada na minha posse hoje.

Minha formação secular, o jornalismo, é precária, frustrante e sem futuro, minha vocação, o ministério pastoral, é utópico, distante e, até aqui, decepcionante. Mas ainda tenho fé. As pessoas me perguntam se não vou procurar emprego, se não quero voltar pra igreja, quando vou assumir ministério e até se faz muito que parei de usar drogas. Eu não tenho resposta pra nada, a não ser para esta última, não sei de nada sobre minha vida. Quero apenas viver o evangelho. E quero fazê-lo no ministério. Até lá, sigo esperando a voz de Deus, e tentando me parecer com Cristo: o que Ele faria se fosse eu?

Ainda bem que Ele não “é” eu, e que bom seria se “eu” fosse ele.

Quero que Ele, através do Espírito, me guie em tudo. Só darei um passo se Ele, através do seu Espírito, mandar, até lá sigo esperando. Parecendo doido, pecando e me arrependendo e querendo mudar.

Convicto de que em minha loucura encontro paz e sabedoria, o passo seguinte apenas se o Espírito mandar, caso contrário, morro parado, como poste, enquanto minha alma segue viagem pela vastidão do universo ao encontro do Pai das Luzes que não muda. E se não morrer, e ficar, fico esperando o encontro com o Deus eterno, encarnado em Jesus, e atuante no Espírito Santo.

Glórias a Deus pela loucura que confunde.

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