Como Deus adora confundir nossa sabedoria...

Deus, em seu sublime e soberano trono, adora nos provar nossa incompetência, mas Ele faz isso porque somos arrogantes, a gente acha que pode tudo, que sabe muito e o suficiente, que somos detentores de toda a capacidade pensável do universo. O homem, eu e você, achamos que podemos clonar uma ovelha e uma criança da mesma forma que se cria um medicamento (geralmente uma droga); que um escudo anti-míssil é tão eficiente quanto um escudo anti-meteóros. E Deus, creio eu, pensa: “miseráveis homens que são, são nada e pensam ter tudo. Preciso provar que dependem de mim”.

Logo no começo da bíblia, no primeiro livro, quando os nativos brasileiros nem esperavam serem conhecidos como “índios”, havia um homem que agradou a Deus, e com o qual o Eterno decidiu fazer um pacto, uma aliança, um acordo tão poderoso que entrou para história da humanidade.

Esse cara era Abraão, que ainda nem tinha esse nome, o cara era apenas Abrão, o filho de Terá. Um homem comum, sem características notórias, não era um excelente agricultor, um exímio guerreiro, ou um democrata negro e bem articulado, não tinha nenhuma prerrogativa que o credenciasse a vir a ser conhecido como o “Pai da Fé”, era um cara como eu, pecador recorrente. Glória a Deus.

Antes dessa aliança que marcou a história da humanidade, um ponto crucial na revelação paulatina de Deus nas gerações, o Criador do Universo aparece para esse caldeu e o chama a sair e ir embora para longe dos seus parentes, Gn 12:1-9.

Vou ser simplista e acreditar que nessa narrativa bíblica se encontra a única experiência de Abrão com Yahweh; no restante do capitulo em questão, o 12, acontece uma cena inusitada, Gn 12:10-20, leia a história na bíblia.

Bem a história é simples, há fome na terra, ele parte pro Egito, e apresenta sua esposa, Sarai, como sua irmã. O que era uma meia-verdade, já que ela era filha de seu pai com outra mulher, mas estava longe de ser irmã, já que há muito já a tinha feito esposa (vale ressaltar que na época essa relação incestuosa era normal).

Bem, o faraó, rei do Egito, a toma como esposa. Os homens de sua corte a acham belíssima e a levam ao palácio. O Rei trata muito bem Abrão, lhe dá bens e status, mas Deus, que é Santo, pune a casa de Faraó com graves doenças, por causa do caldeu covarde e mentiroso, que sai do Egito mais rico do que chegou e que parte para uma jornada repleta de teofanias particulares.

Do capitulo 13 ao 19 Abrão tem seu nome mudado para Abraão, olhe o tamanho da promessa no 13:14-17, guerreia com poucos homens e vence, encontra-se e é abençoado pelo sacerdote do Deus Altíssimo, é feita a aliança com Deus (pelo jeito face a face), Deus lhe promete um filho, o cara se encontra com anjos da enviados pelo Eterno, intercede, pessoalmente, junto a Deus por Sodoma, e enfim chegamos ao capitulo 20 de Gênesis.

Olha o tanto de encontra particular, peculiar e espantoso que o pai dos Hebreus teve com Deus. Lembrem-se de que ele havia cometido o pecado da mentira, ao dizer que sua esposa era, na verdade, sua irmã; sendo que o Senhor o poupa da vergonha da traição, lhe priva de ser corno, por amor a sabe lá o que.

Quando, depois dos miraculosos e divinos encontros, ele chega a Gerar, uma região próxima ao deserto, em que o Rei, Abimeleque, vendo que Sara era muito formosa (uma espécie de Vera Fischer judia) a toma por mulher. E o que acontece? O mesmo que se passou no Egito.

Deus priva novamente Abraão, nosso pai na fé, de se torna corno manso, Ele próprio aparece ao rei de Gerar num sonho e lhe explica que Sara é casada, com aquele hebreu que Abimeleque tratava tão bem, e que cria ser seu cunhado. Deus pune toda a corte real com esterilidade. O Rei então enche Sara de jóias e riquezas, a Abraão oferece terras e bens. E o avô de Jacó ora a Deus, que devolve fertilidade ao território desértico próximo ao Neguebe.

A história se repete na vida de Abraão. O cara tem encontros maravilhosos com Deus, ouve a Deus como nenhum outro ser humano jamais experimentou. É poupado da vergonha pública pela misericórdia divina, e volta a cometer o mesmo pecado, seu medo e covardia, o tornam um cafetão de sua própria esposa (meia-irmã). E é preciso Deus fazer a mesma coisa: intervenção > pragas > bens e riquezas > livramento.

E é essa cara que Deus escolhe para ser o pai daqueles que crêem.

O pai da fé em Cristo. O primeiro a esperar e crer no Messias.

“Abraão creu em Deus e isso lhe foi imputado como justiça”.

Creu a tal ponto de sacrificar seu filho, não o fazendo novamente pela misericórdia de Deus, e digo sacrificar porque ele o fez no coração. Creu cegamente em Deus. Como eu posso e quero crer em Deus.

Como aceitar que o pai terreno de todos os que crêem, sem terem sidos circuncidados, a fim de que a justiça também fosse creditada a nós, fosse um cara cheio de pecado. Isso é loucura.

Mas é, por outro lado, uma demonstração de sabedoria incrível. Pelos tempos, em diferentes eras e culturas, o homem sempre dependeu de Deus. Nunca houve homem que não precisasse crer em Deus. Até mesmo nosso Messias creu no Pai, enquanto viveu como homem.

Portanto, nessa confusão entre loucura e sabedoria, vale uma dica: creia!

Parafraseando o homem do espinho na carne: “ Abraão, contra toda a esperança, em esperança creu, tornando-se assim pai de muitas nações, como foi dito a seu respeito: ‘assim será a sua descendência’. Sem se enfraquecer na fé, reconheceu que o seu corpo já estava sem vitalidade, pois já contava com cem anos de idade, e que também o ventre de Sara já estava sem vigor, mesmo assim não duvidou nem foi incrédulo em relação à promessa de Deus, mas foi fortalecido em sua fé deu glórias a Deus, estando plenamente convencido de que ele era poderoso para cumprir o que havia prometido...agora, faça você o mesmo, creia como Abraão creu, contra toda a esperança, contra toda a realidade má e adversa, contra a morte, contra a dor, contra o desespero e a tristeza, contra o diabo e contra você mesmo, creia com esperança, a fim de se tornar o pai de uma grande benção, o filho de uma excelente promessa

Soli Deo Gloria

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