Logo no começo da bíblia, no primeiro livro, quando os nativos brasileiros nem esperavam serem conhecidos como “índios”, havia um homem que agradou a Deus, e com o qual o Eterno decidiu fazer um pacto, uma aliança, um acordo tão poderoso que entrou para história da humanidade.
Esse cara era Abraão, que ainda nem tinha esse nome, o cara era apenas Abrão, o filho de Terá. Um homem comum, sem características notórias, não era um excelente agricultor, um exímio guerreiro, ou um democrata negro e bem articulado, não tinha nenhuma prerrogativa que o credenciasse a vir a ser conhecido como o “Pai da Fé”, era um cara como eu, pecador recorrente. Glória a Deus.
Antes dessa aliança que marcou a história da humanidade, um ponto crucial na revelação paulatina de Deus nas gerações, o Criador do Universo aparece para esse caldeu e o chama a sair e ir embora para longe dos seus parentes, Gn 12:1-9.
Vou ser simplista e acreditar que nessa narrativa bíblica se encontra a única experiência de Abrão com Yahweh; no restante do capitulo em questão, o 12, acontece uma cena inusitada, Gn 12:10-20, leia a história na bíblia.
Bem a história é simples, há fome na terra, ele parte pro Egito, e apresenta sua esposa, Sarai, como sua irmã. O que era uma meia-verdade, já que ela era filha de seu pai com outra mulher, mas estava longe de ser irmã, já que há muito já a tinha feito esposa (vale ressaltar que na época essa relação incestuosa era normal).
Bem, o faraó, rei do Egito, a toma como esposa. Os homens de sua corte a acham belíssima e a levam ao palácio. O Rei trata muito bem Abrão, lhe dá bens e status, mas Deus, que é Santo, pune a casa de Faraó com graves doenças, por causa do caldeu covarde e mentiroso, que sai do Egito mais rico do que chegou e que parte para uma jornada repleta de teofanias particulares.
Do capitulo 13 ao 19 Abrão tem seu nome mudado para Abraão, olhe o tamanho da promessa no 13:14-17, guerreia com poucos homens e vence, encontra-se e é abençoado pelo sacerdote do Deus Altíssimo, é feita a aliança com Deus (pelo jeito face a face), Deus lhe promete um filho, o cara se encontra com anjos da enviados pelo Eterno, intercede, pessoalmente, junto a Deus por Sodoma, e enfim chegamos ao capitulo 20 de Gênesis.
Olha o tanto de encontra particular, peculiar e espantoso que o pai dos Hebreus teve com Deus. Lembrem-se de que ele havia cometido o pecado da mentira, ao dizer que sua esposa era, na verdade, sua irmã; sendo que o Senhor o poupa da vergonha da traição, lhe priva de ser corno, por amor a sabe lá o que.
Quando, depois dos miraculosos e divinos encontros, ele chega a Gerar, uma região próxima ao deserto, em que o Rei, Abimeleque, vendo que Sara era muito formosa (uma espécie de Vera Fischer judia) a toma por mulher. E o que acontece? O mesmo que se passou no Egito.
Deus priva novamente Abraão, nosso pai na fé, de se torna corno manso, Ele próprio aparece ao rei de Gerar num sonho e lhe explica que Sara é casada, com aquele hebreu que Abimeleque tratava tão bem, e que cria ser seu cunhado. Deus pune toda a corte real com esterilidade. O Rei então enche Sara de jóias e riquezas, a Abraão oferece terras e bens. E o avô de Jacó ora a Deus, que devolve fertilidade ao território desértico próximo ao Neguebe.
A história se repete na vida de Abraão. O cara tem encontros maravilhosos com Deus, ouve a Deus como nenhum outro ser humano jamais experimentou. É poupado da vergonha pública pela misericórdia divina, e volta a cometer o mesmo pecado, seu medo e covardia, o tornam um cafetão de sua própria esposa (meia-irmã). E é preciso Deus fazer a mesma coisa: intervenção > pragas > bens e riquezas > livramento.
E é essa cara que Deus escolhe para ser o pai daqueles que crêem.
O pai da fé
“Abraão creu em Deus e isso lhe foi imputado como justiça”.
Creu a tal ponto de sacrificar seu filho, não o fazendo novamente pela misericórdia de Deus, e digo sacrificar porque ele o fez no coração. Creu cegamente
Como aceitar que o pai terreno de todos os que crêem, sem terem sidos circuncidados, a fim de que a justiça também fosse creditada a nós, fosse um cara cheio de pecado. Isso é loucura.
Mas é, por outro lado, uma demonstração de sabedoria incrível. Pelos tempos, em diferentes eras e culturas, o homem sempre dependeu de Deus. Nunca houve homem que não precisasse crer
Portanto, nessa confusão entre loucura e sabedoria, vale uma dica: creia!
Parafraseando o homem do espinho na carne: “ Abraão, contra toda a esperança, em esperança creu, tornando-se assim pai de muitas nações, como foi dito a seu respeito: ‘assim será a sua descendência’. Sem se enfraquecer na fé, reconheceu que o seu corpo já estava sem vitalidade, pois já contava com cem anos de idade, e que também o ventre de Sara já estava sem vigor, mesmo assim não duvidou nem foi incrédulo em relação à promessa de Deus, mas foi fortalecido em sua fé deu glórias a Deus, estando plenamente convencido de que ele era poderoso para cumprir o que havia prometido...agora, faça você o mesmo, creia como Abraão creu, contra toda a esperança, contra toda a realidade má e adversa, contra a morte, contra a dor, contra o desespero e a tristeza, contra o diabo e contra você mesmo, creia com esperança, a fim de se tornar o pai de uma grande benção, o filho de uma excelente promessa”
Soli Deo Gloria
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