A cena é forte, não desperta justiça, mas duvido que algum ser humano ao sentiu uma ponta de satisfação ou até mesmo justiça, ao ver o ex-ditador líbio Muamar Kadhafi sendo sumariamente espancado, julgado, condenado e executado após um breve e coletivo simulado de julgamento, que teve como jurados, juízes e testemunhas rebeldes compatriotas fieis ao regime de transição, e cansados da dominação e expropriação indébita feita pelo ditador e sua família ao longo de décadas no poder (não podemos de ressaltar que a sede de tomar o opaco poder de um regime agora sem dono também serviu como combustível para o assassinato de Kadhafi).
Os líbios agora são um povo entregue à própria sorte. Nas mãos de um governo de transição inexperiente, extremamente influenciado por uma ditadura monárquica e cleptocrata.
O que farão?
A resposta, ou melhor, as muitas respostas precisam ser dadas à luz de muita competência sociológica, política e econômica, haja vista ser o destino de uma nação que está em jogo, um país soberano ansioso por melhoras e liberdade.
Uma coisa porém é certa: sem o ditador psicopata-genocida-ladrão o esperado futuro promissor líbio é incerto...
Mas, e nós, brasileiros, não vivemos uma espécie de cleptocracia (veja bem o que é isso, se ainda não sabe, em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Cleptocracia).
Eu não preciso me prender a contar histórias(inhas) de corrupção em todos os níveis da nossa sociedade. Aqui grassam propinas, jeitinhos, subornos, corrupções...e nós o que fazemos? Nada, ou como ouvi ontem: eu prefiro o político que rouba, mas faz...
Nós trocamos o valor da política, ela deixou de ser valiosa pelo poder que pode legar à toda uma sociedade, mas se tornou valiosa pela grana que pode render a quem dela usufruir, e, no caso brasileiro, a politicagem é quem mais usufrui da política para enriquecer.
Já se foram seis ministros da “Era Dilma”, e isso já me é um alento, quem sabe uma demonstração de que a tão prometida transparência política começa a se cumprir...ou talvez a simples punição política, mesmo que temporal, já sirva como um sinal de esperança para um povo já cansado de ser roubado...
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