Um instante que transforma...

A vida é curta, convém que a aproveitemos sem que pensemos em diminuí-la, destruí-la e/ou viver reclamando dela.

Ontem eu li uma coisa que me fez parar para pensar (variando um pouco, não é mesmo?!?), ai vai o poema que mexeu comigo:

"Instantes

Se eu pudesse viver novamente a minha vida, na próxima trataria de cometer mais erros.

Não tentaria ser tão perfeito, relaxaria mais.

Seria mais tolo do que tenho sido, na verdade, bem poucas coisas levaria a sério.

Seria menos higiênico.

Correria mais riscos, viajaria mais, contemplaria mais entardeceres, subiria mais montanhas, nadaria mais rios.

Iria a mais lugares onde nunca fui, tomaria mais sorvete e menos lentilha, teria mais problemas reais e menos problemas imaginários.

Eu fui uma dessas pessoas que viveu sensata e produtivamente cada minuto da sua vida;

claro que tive momentos de alegria.

Mas, se pudesse voltar a viver, trataria de ter somente bons momentos.

Porque, se não sabem, disso é feita a vida, só de momentos, não perca o agora.

Eu era um desses que nunca ia a parte alguma sem ter um termômetro, uma bolsa de água quente, um guarda-chuva e um pára-quedas; se voltasse a viver, começaria a andar descalço no começo da primavera e continuaria até o final do outono.

Daria mais voltas na minha rua, contemplaria mais amanheceres e brincaria com mais crianças. Se tivesse outra vez uma vida pela frente. Mas, já viram, tenho 85 anos e sei que estou morrendo..."

Esse excerto eu tirei de um livro de crônicas do Rubem Alves, não sei ao certo seu autor, sei que não é ele, mas algumas mensagens são certamente imensamente maiores que seus mensageiros, e esta é uma delas.

Hoje (uns 10 dias depois de ter lido esse poema) eu ouvi uma outra coisa que mexeu ainda mais comigo: “A verdadeira alegria vem de dentro da angustia. (...)Não há nada da carne que te dará alegria. Não há absolutamente nada físico que possa te dar alegria. (...)[Alegria] É somente algo alcançado pelo Espírito Santo quando você obedece e assume o coração dele” David Wilkerson.

Eu juntei as duas partes e chorei. Chorei porque eu talvez esteja quase na metade da minha vida e já errei bastante. Chorei porque também queria ter nadado em mais rios, ter andado mais descalço, queria ter feito muitas coisas para encontrar a felicidade, que no fundo talvez seja, junto com a paz, a grande busca da humanidade; porém, nada me traz mais alegria que viver o evangelho. E aqui não estou sendo hipócrita ou demagogo. Mas essa felicidade plena sempre esteve e estará bem junto de mim.

Quando eu exerço meus dons. Quando ponho em prática aquilo que Deus meu deu por graça, e me permite ser dele por misericórdia então eu sou feliz. É nesse momento ímpar que reside a felicidade: em cumprir o propósito de Divino na minha vida.

E se eu pudesse viver novamente minha vida, na próxima eu trataria de obedecer mais, de chorar mais, de sofrer mais, de me angustiar mais, de carregar mais minha cruz, de me doar mais, de orar mais, de buscar mais. Enfrentaria menos e trabalharia mais. Terei menos orgulho e aprenderia mais. Seria mais humilde e receberia muito mais. Se eu pudesse viver novamente a minha vida eu seria mais humano. Seria mais parecido com Jesus, pois esse é o endereço terreno da verdadeira paz e felicidade: Jesus Cristo de Nazaré, o homem-Deus, que morreu numa cruz, mas que ressuscitou ao terceiro dia e hoje vive a destra de Deus Pai intercedendo por mim e por todo o mundo.

Sabendo disso eu agradeço a Deus por ainda ter algum tempo de vida. Talvez anos, talvez outros 27 anos, talvez mais, talvez menos, sei lá eu quanto tempo eu tenho. Sei apenas que não posso acrescentar um côvado sequer à minha vida. Sabendo disso eu quero viver como João Batista viveu, anunciando o “Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”, e tendo em mente a mesma verdade que ele tinha: “convém que diminua eu, para que Ele (Jesus) cresça”, e um pouco e um pouco depois ele disse: “A noiva pertence ao noivo. O amigo que presta serviço ao novo e que o atende e o ouve, enche-se de alegria quando ouve a voz do noivo. Esta é a minha alegria, que agora se completa. É necessário que ele cresça e que eu diminua. Aquele que vem do alto está acima de todos; aquele que é da terra pertence à terra e fala como quem é da terra. Aquele que vem dos céus está acima de todos. Ele testifica o que tem visto e ouvido, mas ninguém aceita seu testemunho. Aquele que o aceita confirma que Deus é verdadeiro. Pois aquele que Deus enviou fala as palavras de Deus, porque ele dá o Espírito sem limitações. O Pai ama o Filho e entregou tudo em suas mãos. Quem crê no Filho tem a vida eterna; já que rejeita o Filho não verá a vida, mas a ira de Deus permanece sobre ele”. Jo. 3:29-36.

Esse é o testemunho de um homem completo de alegria. Completo porque viu se cumprir o maior milagre da humanidade: o evangelho de Jesus! Completo porque presenciou a maravilhosa atuação de Deus em Cristo Jesus. Completo porque sabia da eternidade que lhe estava garantida simplesmente por crer no filho de Deus.

Agora, eu queria que você parasse e pensasse na sua vida. Você pode dizer como João Batista: “Esta é a minha alegria, que agora se completa”. Cristo nos completa. Diferente do título do poema “instantes”, nós não precisamos de uma nova vida na terra para sermos plenos, precisamos de um instante ao lado de Cristo Jesus para sermos cheios e completos de vida pela eternidade.

Só a Deus a glória!

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