O Deus que sempre quis AMAR...

Ainda sigo entusiasmado, pensativo, meditabundo e ávido para escrever o livro para o Mestre Saramago.

Aqui vai mais uma prévia dele:

“há pouco, assistia eu a uma bela aula de sociologia por ai, e, em virtude do que foi ensinado, cheguei à seguinte conclusão: QUANTO MAIS O HOMEM SE CIVILIZA SOCIALMENTE, MENOS A VIOLÊNCIA INTERMEDIA CONFLITOS”. E isso explica muitas facetas bíblicas tão exploradas por “ateus” (aquele que não acredita no ‘deus’ da religião), como por exemplo: JEOVÁ: O Senhor dos Exércitos – implacável nas batalhas.

Por muitas vezes eu ouvi, e certamente ainda ouvirei: “Que Deus é esse que manda matar todos os inimigos do seu povo, em nome de um pretenso amor?”.

E é verdade! Que deus é esse que aniquila os inimigos sem dar chance de arrependimento, redenção ou explicação a eles?

Que deus é esse que mandar passar “ao fio da espada” homens, mulheres, crianças e animais até que não sobre nada? “(...)Vai, pois, agora, e fere a Amaleque, e destrói totalmente tudo o que tiver, e não lhes perdoe; porém matarás desde o homem até à mulher, desde os meninos até aos de peito, desde os bois até às ovelhas e desde os camelos até aos jumentos”(1Sm 15:3).

Vamos usar esse texto, essa guerra para tentar explicar o que penso (e confesso que eu também estou em fase de aprendizado sobre isso). Porém, existem outros (Lv 27:28-29; Js 6:17-18, etc), que falam de “consagração à destruição”, quando algo, ou alguém, era condenado à morte por seu pecado aos olhos de Deus, ou quando os despojos eram destinados ao exército como prêmio pela guerra.

Mas, o que quero entender, e também explicar, é porque Deus, que Cristo pretensamente apresentou como AMOR, era tão cruel com os inimigos dos judeus?

A bíblia diz, e creio nela por ter sido transformado pelo poder do evangelho que ela me apresentou, que o homem pecou, ou seja, se distanciou da Glória de Deus ao desobedecê-lo. Fato que se deu em Adão (quer o Éden seja uma epopéia fantasiosa ou história verídica), o homem escolheu o pecado; por não ser perfeito o ser humano falha, erra o alvo, desobedece a ordem divina de amor sacrificial e dependência total ao divino Criador.

Diante dessa verdade, que o homem pecou e se distanciou da glória do Criador, quis este Criador, a quem todos conhecemos como DEUS, mostrar-se ao homem de diversas maneiras, através dos séculos, e reconciliar consigo o mundo na plenitude dos tempos em Cristo Jesus, nosso Senhor e Salvador.

E essa revelação de Deus aos homens existe por toda a história da humanidade, porém começou a sistemartizar-se em Abrão. Isso praticamente 20 séculos antes de Cristo, e mais de 35 séculos antes da Era Moderna, há quase 4.000 anos. Imagine como era o pensamento humano!!!

A velha anedota: “Alguém perguntou a Deus se ele tirava férias. Ele respondeu: Já ouviu falar na idade média?!?”, exemplifica bem como eram as relações humanas 23 séculos antes da chamada “baixa idade média”, o tempo em que se passou a guerra dos judeus contra os amalequitas.

A violência era a principal mediadora dos conflitos entre os homens. E o Sacerdote era visto como o mais sábio deles, além de ser aquele que interpretava os sinais da natureza, e que por vezes era o único capaz de “falar” com os deuses. Ainda antes desse conflito lemos na bíblia que Josué orou e o SOL PAROU, fato que 30 levou mais de 30 séculos para ser entendido da forma correta.

A guerra que quero explicar aconteceu na instituição da monarquia no povo judeu, provavelmente entre 1065 a 1025 a.C, ou seja, num tempo em que alguns podem considerar como “primórdios da civilização”, época de relações bárbaras, quixotescas, onde prevalecia tradições orais (ainda que já houvesse escrita desde a Mesopotâmia de 4000 a.C). Nesse mesmo período nascia doutro lado do mundo a civilização Maia. E ainda nem havia sido criadas as cidades-estados gregas. E a gênesis da “democracia” levaria ainda cinco séculos para nascer.

Foi nesse ambiente de alicerçar e desenvolver das relações sociais, onde o contato entre diferentes civilizações nem sempre acabavam de forma harmônica; período de inicio da expansão comercial e marítima dos Fenícios, que começavam a colonizar o mediterrâneo, época em que o homem também começava a “industrializar” (melhor manejar) o ferro, que os judeus legaram à humanidade a história da revelação do Deus, Pai de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.

É sabido que Deus utiliza e respeita nossas características humanas, ao nos revelar a si próprio, bem como a suas ações e intenções, o que na teologia chamamos de Revelação Dinâmica. Ao inspirar homens para escrever sobre si mesmo, Deus corre o risco, calculado é verdade, da má interpretação por parte desse mesmo homem que o revela literária e socialmente.

Todavia, há uma verdade que prevalece em toda a bíblia: Deus requer de nós OBEDIÊNCIA A ELE E À SUA PALAVRA. O fato de Israel ser levado cativo aos Assírios e depois aos Babilônicos, prova a vontade de Deus em fazer do SEU povo, um povo UNO, SANTO E SEM MÁCULA. Em Israel deveria ser refletida a GLÓRIA, o AMOR e a VONTADE de Deus. Afim de que o mundo se voltasse ao seu criador em perfeição e glória.

Porém, o passar da história prova ao homem que apenas o Cristo (Deus encarnado), e na força do seu Espírito (Deus em ação hoje), podemos pensar em voltarmos ao primeiro amor com o qual fomos amados. Voltar à essência da adoração e ao pleno conhecimento da vontade de Deus e de seu AMOR. Fora isso tudo vira passageiro e vão. Sem vida e sem valor, inclusive as guerras supra-citadas.

Deus queria um povo santo e limpo, diferente de tudo o que havia na terra. E o povo entendia essa vontade de Deus de modo incompleto, sem a real e plena compreensão da graça e do amor tão vivos e presente em Jesus Cristo. Cumprir a vontade de Deus passava, dentre outras coisas, por cima da compaixão, clemência e misericórdia, pois, sem o Cristo, o povo não compreendia que apenas o AMOR e não a GUERRA era capaz de ser o elo primordial na OBEDIÊNCIA a Deus.

Quando Jesus entra em cena, quase 11 séculos depois de Saul, ele desconstrói a incompleta, porém não de todo errada, visão de que Deus era apenas o SENHOR DOS EXÉRCITOS, DEUS PODEROSO PRESENTE NAS BATALHAS. Mas, também ERA COMO UMA GALINHA QUE TENTA AJUNTAR DEBAIXO DE SUAS ASAS SEUS PINTAINHOS (isso mesmo “pintAinhos”).

Deus era muito mais, e queria muito mais, mas em virtude da dureza de coração, ignorância cívica, e ainda incompleta revelação de si mesmo, o homem não conseguia obedecer e compreender o amor de Deus para com ele de outra forma a não ser vencendo guerras.

Cristo quebra paradigmas milenares do seu povo. Ele diz que o judeu, povo agora submisso aos romanos, deveria fazer mais do que apenas cumprir com sua obrigação de carregar a bagagem do “dominador” por uma milha (1,60 km), o cristão deveria andar o dobro, com intuito de transformar em irmão o inimigo, já que a “dica” era: “Amem seus inimigos e orem por aqueles que te perseguem!”.

A perfeição para qual somos instruídos e instigados é a PERFEIÇÃO DO AMOR e da CONFIANÇA EM DEUS. Uma vez que amar é imitar a Deus em perfeição, e orar é derramar nossa confiança nele que fará o melhor para nós mesmos.

Viu como a compreensão de Jesus ainda não era tão plena e visível para o autor do livro de I Samuel?

A desobediência do povo colocava em prova a fidelidade de Deus nas batalhas. Assim como o meu pecado coloca em prática diariamente a misericórdia do Eterno Amoroso Criador.

Uma outra questão a ser debatida é o próprio entendimento que o judeu tinha da figura de CRISTO...porém, isso é assunto para o livro...

Que Deus nos guarde!!! E que sua Glória seja vista em toda a terra.

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