Vivendo a Saudade...

(A foto de onde tirei esse pedaço ai me despertou saudade também. Ela deve ter uns 7 anos!)

A saudade é um sentimento engraçado e intrigante. Desde muito tempo eu achava que era imune a ele; hoje descobri a força do seu poder, e agora tenho experimentado o abalo constante que nos aflige quando dela, saudade, não conseguimos nos livrar.

Há pouco experimentei uma nuance de saúde advinda da paixão. É algo forte, mas efêmero. Foi como uma forte chuva em São Paulo. Atrasa a vida, incomoda, faz com que pensemos em “como seria bom se tivéssemos tomado outro caminho...”, mas, esse tipo de sensação passa.

É como eu disse: é como a chuva forte. Ela alaga em alguns pontos, outros pontos sequer notam seu estrago. Mas essa saudade apaixonada me fez bem. Fez com que eu me sentisse humano (como Robin Willians em Eu, Robô). Foi um sentimento humano que me jogou na cara a fragilidade, e até imbecilidade, da nossa vida ante nossas emoções.

Fragilidade porque era tão efêmero, tão abalável, e imbecil por permanecer mesmo na descrença e desconfiança.

Enfim, essa saudade existe. Vem com uma forte chuva, e pode até acabar com um dia inteiro, mas passa...

Porém, agora experimento a saudade não da paixão, mas a saudade do amor. Essa é como uma tormenta avassaladora. Deixa suas marcas por toda uma vida. Pode nortear nossas escolhas e marcar nossas vidas.

No meu caso, a saudade da paixão foi por alguém (a sua também pode ter sido, ou não), já minha saudade do amor é por algo muito maior (a sua talvez seja por alguém); algo que ainda não defini bem (talvez por vergonha de mim mesmo, talvez por rebeldia de não querer assumir minha fraqueza, minha inveja, meu harém de ódios e meu estupor diuturno por causa dela).

O fato é que o amor que sinto e que nunca escondi de ninguém: É O AMOR PELA IGREJA. Todavia, não tenho total certeza se é realmente por ela, a igreja, mesmo, ou por algo que ainda não vi (como cantou Renato Russo).

E lembrando do “Legião”, eu lembrei de uma verdade: “é só você que tem a cura pro meu vício de insistir nessa saudade que eu sinto de tudo que eu ainda não vi...” Eu me pergunto: QUEM É VOCÊ TEM A CURA PRO MEU VÍCIO? ONDE VOCÊ ESTA? É VOCÊ QUE EU AMO!!! E TENHO SAUDADE POR NUNCA TER TE VISTO COMO QUERIA.

Parte, boa parte, dessa saúde eu sei como sanar, curar, fazer passar! (ao menos eu penso que sei). Tem gente que mata a saudade ligando, falando, beijando, visitando, dormindo, se drogando, enfim, eu sei como matar a saudade, mas esse remédio é caro demais pra mim, seu custo é muito alto, e eu não tenho dinheiro para comprá-lo (estou sendo metafórico).

(estou rindo agora). Porque as coisas comigo são mais difíceis do que com o outro (você deve pensar a mesma coisa, não é mesmo?! Essa é uma característica do ser humano: nosso sofrimento é sempre mais visível – óbvio, e a próspera bonança do outro é sempre mais frondosa).

Vou revelar a cura para matar a saudade que me corrói: O PÚLPITO!

É, o púlpito. É nele que me sinto realizado. É pregando que me enxergo melhor dentro da vontade de Deus. E falar sobre isso me dói, me cansa, me extenua. Pode parecer que estou sendo infantil ou um cavalo paraguaio (de onde surgiu esta expressão?), mas o fato é que falar da saudade me desperta mais saudade, e saber que matá-la não está ao meu alcance chega quase a me deprimir.

Vou tentar me distrair um pouco. Amanhã termino de falar do púlpito, e de como tentar acabar com a saudade oriunda do amor, tão intensa e presente!


Ao Deus, verdadeiro dono dos púlpitos, seja a Glória!

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