Para terminar a idéia de crente que manda crente para o inferno, aqui vão algumas considerações que faltaram no último post.
Essa noite (quase madrugada) eu assistia a um programa evangélico na madrugada e ouvi o apostolo (que deve ter sido discípulo de João Batista, já que como de Jesus a bíblia não o cita) dizendo: “Estou aqui para saquear o inferno”, logo, fiz o que faço quando ouço esses “arcanjos da palavra revelada”, fui averiguar na “palavra” (esses caras falam com tanto garbo e rompante que até fico sem graça de ler minha bíblia sem camisa, os caras a tratam como um livro sagradississimo – não que eu a esteja depreciando, porém, ela é, sem a atuação espiritual do Cristo, apenas mais um compêndio literário sacro-cultural).
Nos evangelhos o “Fogo do Inferno” é literalmente Gehenna, a tradução grega do hebraico vale de Hinom. O vale era um desfiladeiro ao sul de Jerusalém onde se queimava o refugo. Era mais provavelmente um símbolo profético de julgamento (Mt 5:22; Lc 12:5; Mt 10:28). Em Apocalipse, João chegar a mandar o inferno e a morte para o lago de fogo. Designando assim a segunda morte.
O fato é que tanto trevas quanto o fogo, simbolizam castigo, uma terrível realidade de banimento da presença e das bênçãos de Deus e de Cristo. Todavia, é fato que tudo isso se dará após o julgamento final (Ap. 20; 2Ts 1:5-10), até lá tudo o que temos são meras suposições interpretativas. Nenhum axioma bíblico pode ser considerado irrefutável no que tange à condenação, haja vista que nem sequer sabemos como havemos de ser julgados, tampouco conhecemos o coração do próximo como conhecemos o nosso próprio (e o conhecemos ainda bem mal conhecido).
O que me deixa intrigado é que muito e muitos, talvez a maioria, dos pregadores se atém a “saquear o inferno” sem pensar em cuidar de si mesmo primeiro, ou sem querer libertar os que em vida vivem um inferno de castigo, dor e injustiça. A igreja pensa em “saquear” aquilo que ela nem conhece, mas faz vistas grossas para o sofrimento já presente de milhares.
Uma igreja que emprega apenas 1% (UM PORCENTO) da sua força missionária nos países menos evangelizados não tem o direito de querer pregar “saqueamento de lugar algum”. O que vi, ouvindo muito falaram em “saquear o inferno”, foi uma real vontade de encher o bolso. Uma lógica pouco coerente, pra lá de complexa, e até perturbadora: quanto mais eu tiro do diabo, mais eu ganho em bens.
O inferno é aqui (também).
O inferno é no Paquistão que mal consegue se proteger sozinho de atentados terroristas; o inferno é na Índia onde a idolatria os condena à estupidez, miséria e morte; o inferno é em Bagdá que vive um caos moderno cozido na dor e no medo; o inferno é na cracolândia que dízima mais famílias que a guerra do golfo; o inferno é no sistema prisional brasileiro, que insocializa, humilha e condena ao crime o criminoso; o inferno é no Haiti e Nigéria onde os feiticeiros amedrontam mais que as minas em Angola; o inferno é no semi-árido, onde a seca condena crianças à desnutrição e fome. Enfim, o inferno é a ignorância de não saber que Cristo ama, liberta e salva.
Quanto mais eu ouço: “Vamos saquear o inferno”, mais eu me pergunto: “Já não estou no inferno? Será que vou ser saqueado de novo pela igreja?”
Para saquear o inferno da existência na ignorância, miséria, medo e dor que existe no mundo, não é preciso “fronha da unção”, “elemento misterioso”, “real missionário”, “Pam, Pem, Pop, Pup, Vapt-Vupt”, é preciso verdade. É preciso o Cristo. É preciso testemunho. É preciso obediência.
Subterfúgios. Falácias. Estratégias. Graduações. Juntas e agências. Tudo é paliativo. São belas maquilagens da igreja cristã, usadas para esconder nossa incompetência, desobediência e mentira. Os grandes maquiadores da fé cristã são os “homens de Deus” que enriquecem as custas desse “saqueamento do lugar que não foi feito para o homem”.
Vamos para o inferno. Vamos para Bósnia, Iraque, Piauí, favelas, Tibet, morros e grotões da desesperança. O dia em que eu vir a igreja que prega “fronha da unção” e “saques infernais” indo para o inferno que mata quem Deus ama, então eu respeitarei o charlatão que sequer conhece o nome de 1/12 (um doze avos) de seus empregados, pagos com dinheiro adquirido na unção ou fogueira do fiel.
Eu não agüento mais esse papo de “saquear o inferno”. A gente nem tem certeza de quem vai, se vai, quando vai, ou os porquês dessa ida.
Se quer saquear alguma coisa, comece saqueando os números e estatísticas absurdas de morte, vício, doença e todo tipo de coisa ruim que existe nos lugares que eu já falei. Quando os homens maquiadores tomarem essa consciência, então eu me uno a eles para a “CAMINHANDA PARA ACABAR COM O INFERNO”.
Essa noite (quase madrugada) eu assistia a um programa evangélico na madrugada e ouvi o apostolo (que deve ter sido discípulo de João Batista, já que como de Jesus a bíblia não o cita) dizendo: “Estou aqui para saquear o inferno”, logo, fiz o que faço quando ouço esses “arcanjos da palavra revelada”, fui averiguar na “palavra” (esses caras falam com tanto garbo e rompante que até fico sem graça de ler minha bíblia sem camisa, os caras a tratam como um livro sagradississimo – não que eu a esteja depreciando, porém, ela é, sem a atuação espiritual do Cristo, apenas mais um compêndio literário sacro-cultural).
Nos evangelhos o “Fogo do Inferno” é literalmente Gehenna, a tradução grega do hebraico vale de Hinom. O vale era um desfiladeiro ao sul de Jerusalém onde se queimava o refugo. Era mais provavelmente um símbolo profético de julgamento (Mt 5:22; Lc 12:5; Mt 10:28). Em Apocalipse, João chegar a mandar o inferno e a morte para o lago de fogo. Designando assim a segunda morte.
O fato é que tanto trevas quanto o fogo, simbolizam castigo, uma terrível realidade de banimento da presença e das bênçãos de Deus e de Cristo. Todavia, é fato que tudo isso se dará após o julgamento final (Ap. 20; 2Ts 1:5-10), até lá tudo o que temos são meras suposições interpretativas. Nenhum axioma bíblico pode ser considerado irrefutável no que tange à condenação, haja vista que nem sequer sabemos como havemos de ser julgados, tampouco conhecemos o coração do próximo como conhecemos o nosso próprio (e o conhecemos ainda bem mal conhecido).
O que me deixa intrigado é que muito e muitos, talvez a maioria, dos pregadores se atém a “saquear o inferno” sem pensar em cuidar de si mesmo primeiro, ou sem querer libertar os que em vida vivem um inferno de castigo, dor e injustiça. A igreja pensa em “saquear” aquilo que ela nem conhece, mas faz vistas grossas para o sofrimento já presente de milhares.
Uma igreja que emprega apenas 1% (UM PORCENTO) da sua força missionária nos países menos evangelizados não tem o direito de querer pregar “saqueamento de lugar algum”. O que vi, ouvindo muito falaram em “saquear o inferno”, foi uma real vontade de encher o bolso. Uma lógica pouco coerente, pra lá de complexa, e até perturbadora: quanto mais eu tiro do diabo, mais eu ganho em bens.
O inferno é aqui (também).
O inferno é no Paquistão que mal consegue se proteger sozinho de atentados terroristas; o inferno é na Índia onde a idolatria os condena à estupidez, miséria e morte; o inferno é em Bagdá que vive um caos moderno cozido na dor e no medo; o inferno é na cracolândia que dízima mais famílias que a guerra do golfo; o inferno é no sistema prisional brasileiro, que insocializa, humilha e condena ao crime o criminoso; o inferno é no Haiti e Nigéria onde os feiticeiros amedrontam mais que as minas em Angola; o inferno é no semi-árido, onde a seca condena crianças à desnutrição e fome. Enfim, o inferno é a ignorância de não saber que Cristo ama, liberta e salva.
Quanto mais eu ouço: “Vamos saquear o inferno”, mais eu me pergunto: “Já não estou no inferno? Será que vou ser saqueado de novo pela igreja?”
Para saquear o inferno da existência na ignorância, miséria, medo e dor que existe no mundo, não é preciso “fronha da unção”, “elemento misterioso”, “real missionário”, “Pam, Pem, Pop, Pup, Vapt-Vupt”, é preciso verdade. É preciso o Cristo. É preciso testemunho. É preciso obediência.
Subterfúgios. Falácias. Estratégias. Graduações. Juntas e agências. Tudo é paliativo. São belas maquilagens da igreja cristã, usadas para esconder nossa incompetência, desobediência e mentira. Os grandes maquiadores da fé cristã são os “homens de Deus” que enriquecem as custas desse “saqueamento do lugar que não foi feito para o homem”.
Vamos para o inferno. Vamos para Bósnia, Iraque, Piauí, favelas, Tibet, morros e grotões da desesperança. O dia em que eu vir a igreja que prega “fronha da unção” e “saques infernais” indo para o inferno que mata quem Deus ama, então eu respeitarei o charlatão que sequer conhece o nome de 1/12 (um doze avos) de seus empregados, pagos com dinheiro adquirido na unção ou fogueira do fiel.
Eu não agüento mais esse papo de “saquear o inferno”. A gente nem tem certeza de quem vai, se vai, quando vai, ou os porquês dessa ida.
Se quer saquear alguma coisa, comece saqueando os números e estatísticas absurdas de morte, vício, doença e todo tipo de coisa ruim que existe nos lugares que eu já falei. Quando os homens maquiadores tomarem essa consciência, então eu me uno a eles para a “CAMINHANDA PARA ACABAR COM O INFERNO”.
Deus, me mostre o caminho...
Comentários
Comungo de forma absoluta e integral com seu pensamento. Pior é saber que poucos querem saber da verdade, preferem se enganar e enganar os outros, afinal, ao homem cabe viver apenas uma só vez e "grana é o que interessa, o resto não tem pressa".
Un abrazo
Nehemyah Nogueira