Conversando com um “desviado”, ele me disse: “ – Cara, do jeito que estou é melhor nem ir na igreja. Não estou em condições de freqüentar uma igreja. Estou pecando demais!”.
“ – Homem sábio. Homem direito. Homem honesto. Homem sincero. Homem coerente. Homem confiável. Homem que entende reino de Deus.” Isso era o que diria um fundamentalista.
“ – Pobre homem enganado”, digo eu.
Enganado porque ele foi mal ensinado, ou porque entendeu tudo errado. Mais provavelmente foi mal ensinado.
Foi discipulado numa instituição que vocaciona seres pecadores para serem seres angelicais. Sua classe de catecúmenos foi uma experiência da qual ele lembra com ignomínia. Pois vive hoje, grande soma desses cristãos, com um medo diuturno da condenação eterna. Sua realidade pecadora mostra-se o tempo todo como um espelho em cada canto da rua, em todos os lugares para onde ele vai. Um indesejável objeto estético acusador.
Uma pessoa que infelizmente conheceu evangelho pelo viés da igreja evangélica fundamentalista. Foi doutrinada dogmaticamente, sistematicamente manipulada, e obvia e conseqüentemente colocada de lado pela liderança quando dela não mais precisavam (e antes que você pense, já adianto: esse não foi meu caso).
Infelizmente ensinaram a esse meu amigo que igreja é lugar de gente santa (santarrões); um lugar onde não cabe pecado, onde o erro, a falha, os escorregões e desacertos são punidos com exclusão e disciplina severas, dignas do burro militarismo hierárquico e burocrático. Meu “chegado” aprendeu que não devia estar na mesma roda dos diáconos da igreja que não pecam, pois iria escarnecê-los. Seu pecado escandalizaria a santa igreja. Por isso ele se afastou, e, uma vez afastado, caminha a passos lagos para o “inferno”.
Esqueceram de ensinar ao meu amigo que igreja é lugar de pecadores, de gente inveterada no vício de não fazer o certo. Persistentes no ato falho do não acertar o alvo. O problema é que maquiaram essa verdade com hipocrisia e farisaísmo. Logo, erros, inverdades, mentiras, engodos e toda sorte de pecados foram mascarados pela nojenta prática hipócrita do farisaísmo fundamentalista: “Posso até pecar. Mas o faço sem que ninguém saiba”; “Posso até desejar a mulher do meu irmão, mas ele nunca ficará sabendo”; “Posso até trair ou me drogar. Mas faço no anonimato”; “Posso até sentir atração homossexual, mas sou casado para disfarçar e manter a aparência. Contento-me apenas com pornografia barata”. O por ai vai...
A verdade é que a igreja é composta por traidores, cobiçadores, mentirosos, drogados, homossexuais, preguiçosos, ladrões, assassinos e todo tipo de gente. Pessoas que apenas deveriam ser diferentes na consciência de arrependimento, perdão e graça. Homens e mulheres que vencem diariamente a luta contra o pecado. Não temem o inferno, mas anelam a volta de Cristo.
Mas, a prática comum da igreja cristã fundamentalista é de vocacionar os salvos para serem anjos, arcanjos, querubins e serafins, e até alguns “messias”. Com requisitos de conduta cristã exeqüíveis apenas a seres angelicais, mas nunca a seres humanos.
É impensável que eu não peque. É impossível que eu não deseje calorosamente uma mulher insinuante. É ilógico que eu não me alegre genuinamente com alguns goles de cerveja. É mentira que eu não sorria com o sofrimento de um inimigo. É impensável amar incondicionalmente seu algoz. Chega a ser infame pregar a tal da “côrte”. É fanatismo ouvir apenas musica “gospel”. É doença se esforçar para ser o que você nunca conseguirá ser. É burrice dar apenas para receber. É hipocrisia dizer que estou errado. É pecado julgar o outro baseado em si mesmo.
Meu amigo está perdendo tempo longe da igreja, porque mora com uma mulher sem ser casado, e porque bebe. É triste pensar que longe da igreja dificilmente ele acertará ou corrigirá os equívocos da sua vida, e que dentro dela dificilmente ele permanecerá com eles.
Não que eu esteja legalizando sexo e bebidas. Apenas digo que vencer o pecado é muito mais fácil quando me conscientizo dele e recebo ajuda para me livrar de suas amarras. E o melhor lugar para fazer isso deveria ser uma igreja. Já que muitos “ex” engrossam suas fileiras. Gente que sabe como fazer o certo, vencer a tentação, mas, que parece se esquecer de que um dia pecou, e agora sente que faz parte de um clube terrestre de seres angelicais rumo ao céu dos que não pecam.
Deus nos chamou para crer em Jesus. Para aceitá-lo como Senhor e Salvador. Obedecê-lo ao testemunhar de seu poder, glória, mistério e ministério. E não para criar uma comunidade de gente estranha, sectários, e esquisitos segregacionistas.
A idéia bíblica de igreja é uma comunidade invisível, poderosa, carismática, subversiva, transformadora e vencedora, nem que para isso seja necessário viver nos porões da perseguição, ou vender e dar os bens por amor a Cristo.
O ascetismo da “NEGAÇÃO” (não ouça, não sinta, não toque, não veja, não faça, não transe, não beba, etc) não fez parte de nenhum momento dos evangelhos. O chamamento do evangelho é para sermos agentes transformadores num mundo caótico, perturbado pela angústia e medo, sôfrego sem paz e delirante no pecado.
O meu amigo deve voltar para as trincheiras do evangelho da graça de Jesus. Corrigir as falhas, arrepender-se dos pecados, e proclamar a fé, poder e amor presentes no evangelho da graça de Jesus.
Quisera eu poder ter um lugar para fazê-lo sentir-se em casa.
“ – Homem sábio. Homem direito. Homem honesto. Homem sincero. Homem coerente. Homem confiável. Homem que entende reino de Deus.” Isso era o que diria um fundamentalista.
“ – Pobre homem enganado”, digo eu.
Enganado porque ele foi mal ensinado, ou porque entendeu tudo errado. Mais provavelmente foi mal ensinado.
Foi discipulado numa instituição que vocaciona seres pecadores para serem seres angelicais. Sua classe de catecúmenos foi uma experiência da qual ele lembra com ignomínia. Pois vive hoje, grande soma desses cristãos, com um medo diuturno da condenação eterna. Sua realidade pecadora mostra-se o tempo todo como um espelho em cada canto da rua, em todos os lugares para onde ele vai. Um indesejável objeto estético acusador.
Uma pessoa que infelizmente conheceu evangelho pelo viés da igreja evangélica fundamentalista. Foi doutrinada dogmaticamente, sistematicamente manipulada, e obvia e conseqüentemente colocada de lado pela liderança quando dela não mais precisavam (e antes que você pense, já adianto: esse não foi meu caso).
Infelizmente ensinaram a esse meu amigo que igreja é lugar de gente santa (santarrões); um lugar onde não cabe pecado, onde o erro, a falha, os escorregões e desacertos são punidos com exclusão e disciplina severas, dignas do burro militarismo hierárquico e burocrático. Meu “chegado” aprendeu que não devia estar na mesma roda dos diáconos da igreja que não pecam, pois iria escarnecê-los. Seu pecado escandalizaria a santa igreja. Por isso ele se afastou, e, uma vez afastado, caminha a passos lagos para o “inferno”.
Esqueceram de ensinar ao meu amigo que igreja é lugar de pecadores, de gente inveterada no vício de não fazer o certo. Persistentes no ato falho do não acertar o alvo. O problema é que maquiaram essa verdade com hipocrisia e farisaísmo. Logo, erros, inverdades, mentiras, engodos e toda sorte de pecados foram mascarados pela nojenta prática hipócrita do farisaísmo fundamentalista: “Posso até pecar. Mas o faço sem que ninguém saiba”; “Posso até desejar a mulher do meu irmão, mas ele nunca ficará sabendo”; “Posso até trair ou me drogar. Mas faço no anonimato”; “Posso até sentir atração homossexual, mas sou casado para disfarçar e manter a aparência. Contento-me apenas com pornografia barata”. O por ai vai...
A verdade é que a igreja é composta por traidores, cobiçadores, mentirosos, drogados, homossexuais, preguiçosos, ladrões, assassinos e todo tipo de gente. Pessoas que apenas deveriam ser diferentes na consciência de arrependimento, perdão e graça. Homens e mulheres que vencem diariamente a luta contra o pecado. Não temem o inferno, mas anelam a volta de Cristo.
Mas, a prática comum da igreja cristã fundamentalista é de vocacionar os salvos para serem anjos, arcanjos, querubins e serafins, e até alguns “messias”. Com requisitos de conduta cristã exeqüíveis apenas a seres angelicais, mas nunca a seres humanos.
É impensável que eu não peque. É impossível que eu não deseje calorosamente uma mulher insinuante. É ilógico que eu não me alegre genuinamente com alguns goles de cerveja. É mentira que eu não sorria com o sofrimento de um inimigo. É impensável amar incondicionalmente seu algoz. Chega a ser infame pregar a tal da “côrte”. É fanatismo ouvir apenas musica “gospel”. É doença se esforçar para ser o que você nunca conseguirá ser. É burrice dar apenas para receber. É hipocrisia dizer que estou errado. É pecado julgar o outro baseado em si mesmo.
Meu amigo está perdendo tempo longe da igreja, porque mora com uma mulher sem ser casado, e porque bebe. É triste pensar que longe da igreja dificilmente ele acertará ou corrigirá os equívocos da sua vida, e que dentro dela dificilmente ele permanecerá com eles.
Não que eu esteja legalizando sexo e bebidas. Apenas digo que vencer o pecado é muito mais fácil quando me conscientizo dele e recebo ajuda para me livrar de suas amarras. E o melhor lugar para fazer isso deveria ser uma igreja. Já que muitos “ex” engrossam suas fileiras. Gente que sabe como fazer o certo, vencer a tentação, mas, que parece se esquecer de que um dia pecou, e agora sente que faz parte de um clube terrestre de seres angelicais rumo ao céu dos que não pecam.
Deus nos chamou para crer em Jesus. Para aceitá-lo como Senhor e Salvador. Obedecê-lo ao testemunhar de seu poder, glória, mistério e ministério. E não para criar uma comunidade de gente estranha, sectários, e esquisitos segregacionistas.
A idéia bíblica de igreja é uma comunidade invisível, poderosa, carismática, subversiva, transformadora e vencedora, nem que para isso seja necessário viver nos porões da perseguição, ou vender e dar os bens por amor a Cristo.
O ascetismo da “NEGAÇÃO” (não ouça, não sinta, não toque, não veja, não faça, não transe, não beba, etc) não fez parte de nenhum momento dos evangelhos. O chamamento do evangelho é para sermos agentes transformadores num mundo caótico, perturbado pela angústia e medo, sôfrego sem paz e delirante no pecado.
O meu amigo deve voltar para as trincheiras do evangelho da graça de Jesus. Corrigir as falhas, arrepender-se dos pecados, e proclamar a fé, poder e amor presentes no evangelho da graça de Jesus.
Quisera eu poder ter um lugar para fazê-lo sentir-se em casa.
Que Deus nos proteja, pois a Ele damos a vida e toda a glória
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