Sonhando Acordado...

Outro dia eu sonhei que minha vida tinha mudado completamente, uma guinada radical em minha doce e por hora desiludida vida.

Talvez influenciado pelo filme que já comentei aqui, “Na Natureza Selvagem”, que conta a história verídica de um cara que ao se formar tinha a oportunidade de ingressar numa conceituada universidade nos E.U.A, mas em momento algum vê “graça” na vida pré-programada certinha, e larga tudo para se aventurar sozinho, por todo o país.

O filme é muito “loko”, já escrevi sobre ele e não quero te contar o final (como fizeram comigo), quero apenas que você assista e, talvez, tome um choque de quebra de alguns paradigmas capitalistas, como por exemplo: Porque preciso necessariamente ter um carro novo? Porque meu trabalho quase nunca é suficientemente bem remunerado (o meu pelo menos hoje não é)? Porque minha posição social e/ou minhas qualificações definem que eu sou?

Bem, vamos ao meu sonho.

Eu sonhei que tinha caído de um caminhão. Estava preso involuntariamente na carroceria junto com gente conhecida, que depois que acordei não consegui precisar quem estava lá. O motorista, outro conhecido, dirigia de um modo que pretendia querer me ver fora do veículo. Coisa que conseguiu.

Quando eu cai do caminhão, minha sensação era de querer me esconder de todos aqueles rostos conhecidos; agora, acordado, me soa estranho o fato de não querer ser resgatado, mesmo sendo por aqueles que fizeram de tudo para me ver caído fora do caminhão (qualquer semelhança com o real é mera coincidência).

Fora do veiculo que levava os que eu conhecia, eu fui atingido de súbito por uma vontade terrível de viver o desconhecido, eu anelava por algo novo.

Sem razão aparente eu fui parar em Ribas do Rio Pardo, cidade que para mim era a 1ª parada em minha nova vida. (é uma pena eu ter poucas lembranças do sonho, mas eu já explico que a ausência de detalhes não deixará órfão este post).

Em Ribas eu me refugiei, pelado, na casa de alguém (não lembro onde nem como perdi minhas roupas) quando fui encontrado pelos donos da casa escondido no quintal, estava completamente nu ( talvez essa nudez seja influência de “ The X-Men Origens: Wolverine”). Os donos da casa me deram abrigo e, meio a contragosto, também me deram comido; no dia seguinte, foram o canal para que eu conseguisse emprego braçal numa industria da cidade.

Estava tudo acertado para meu novo emprego, passageiro, que serviria apenas para que eu juntasse uma grana e partisse rumo a “sabe Deus o que”, um impulso forçado para a aventura.

Isso era um domingo, na segunda cedo eu começaria a pegar no batente. Mas,...

Antes de terminar o domingo chuvoso, alguém foi me procurar e...EU ACORDEI.

Enfim, as coisas andam tão “desafinadas”, ou “desarmoniosas”, que esse simples sonho envolto numa atmosfera de mudança radical de vida, me deixou tão animado feito um cão que (me perdoem a xula comparação) sai de casa andando sem rumo atrás de uma cadela no cio, extremamente animado, simplesmente seguindo seus mais primitivos instintos.

Muita gente vive isso, essas fases em que tudo parece dar errado e uma pequena luz de mudança acende a chama que parecia estar se apagando. Eu não sou tão diferente assim, aliás, eu sou diferente igual a todo mundo. Conheço alguns que vivem numa desarmonia terrível, gente que sonha acordada com um futuro a curto prazo que as faça “cambiar” completamente o enfadonho e depressivo presente.

Mas,caro leitor (a), pelo menos para mim só existe uma fonte de esperança capaz de me fazer crer num futuro bem melhor que o presente: a fé em Deus, e nada mais. Ao menos essa fé me faz dormir tranqüilo, apesar de tudo parecer caminhar sem rumo e, aparentemente, sem razão de ser.

Existe uma certeza tão forte dentro de um lugar profundo em mim, que eu me forço a encarar o presente depressivo e enfadonho sem me lançar irresponsavelmente aos sonhos excitantes de liberdade e mudança transloucada de vida.

Essa esperança é a fé no filho de Deus. Fé no Cristo.

Eu sou infiel, eu sei, mas não o nego. Ainda tenho fé de cumprir nEle aquilo que satisfaça, caso contrário, só o meu fim físico, meu voltar ao pó, pode matar essa esperança.

Fé no Cristo. Fé no Filho de Deus. Fé no Filho de Maria, que morreu crucificado, e ressuscitou ao terceiro dia.

Soli Deo Gloria

Comentários

Luís Lemos disse…
Eternos coitados!