Ainda levado pelas emoções de Marley e Eu, quero pensar em como é bom ter pessoas, mais que animais, que te fazem sentir especiais.
No final do filme, ouve-se uma pergunta feita pelo “nariz torto”: (...) quantas pessoas te fazem sentir especial?”. Quero tentar responder.
Não sei quem TE faz especial, mas quem ME faz especial é a essência do amor, para mim, a abnegação do eu por valor extremado dado ao próximo, traduzido em servir a quem quer que seja, porque amo, uma vez que fui amado.
Existem várias formas de servir, mas todas as que importam podem ser vistas como tradução inequívoca do sentimento fraterno de alguém pelo outro. Parece meio ilógico ou inexorável, mas é exeqüível o comprometimento pelo sentimento, seja lá por quem for.
Talvez “Marley e Eu” tenha feito tanto sucesso porque seja um reflexo fictício de um anseio perene da humanidade. Uma relação de amor sincera e que supera, por toda a existência, quaisquer agruras e obstáculos que possam surgir durante a convivência.
(Permitam-me bater um pouco nela, você sabe quem!)
A Ela eu devotei minhas forças, meus sentimentos e minha saúde, mas quando surgiram os problemas por três vezes ele extirpou do seu meio. Fui convidado a me retirar, fui deposto e demitido, nessa ordem. A igreja que deveria ser o anfi-teatro do céu na terra, é a antítese da práxis neotestamentária.
O único exercito que pisa seu soldado ferido, me esmagou ao ponto de trucidar meu amor e minha fé. Foram pessoas que se doaram por mim que me fizeram levantar e galgar a continuidade da vida. Aqueles que me amaram, a quem amo, que me deram proximidade, carinho, atenção, dinheiro, comida e bebida, tudo permeado com amor fraterno e sincero.
Eu não tive amigos de onde sempre pensei que eles viriam, mas vieram em tão grande numero que às vezes me sinto meio usurpador de alegria. Vejo tanta gente se queixando de solidão que fico triste em constatar que minha solidão é psíquica e causada pela distância de quem um dia eu mais amei.
Na igreja dificilmente se encontra relações tão sinceras e profundas como a que tenho com os meus amigos que não fazem e nunca fizeram parte dela.
É triste perceber que ela, a igreja, fomenta as relações superficiais. A começar na relação com o Pai da Luzes que não muda. O Bom e velho Deus na igreja se torna um juiz carrasco que, sem ter o que fazer, passa o tempo legislando e punindo os que não andam em conformidade com a doutrina e os dogmas de seu representante na terra, a saber: a religião.
É uma vivencia continua de medo e insatisfação. “Meu Deus eu estou orando muito pouco, só 15min por semana”; “Pobre de mim, ontem eu tomei um copo de cerveja na casa do meu tio, fui forçado, mas foi na frente da família”; “é rapaz, eu já orei duas horas por dia, hoje estou tão longe de Deus” (e eu que pensava que oração se fazia em todo o tempo, sem ocasiões especiais e específicas).
Ora, se eu não posso ter liberdade com Deus, logo não posso ser o que realmente sou na frente daquele que comunga minha crença templária dominicalmente. Caso o seja, posso ser subjugado e/ou menosprezado pela deficiência em ser perfeito (o que creio fazer parte da genética humana).
Talvez eu esteja sendo um generalista, um acusador (apontador-de-dedo), mas de que me importa, hoje não apenas a Lara (minha cadela boxer do outro posto no outro blog), mas meus amigos sinceros e verdadeiros me fazem sentir especial.
Quando celebrei, quando entrei, quando adoeci, quando morri e até agora durante a restauração, não houve um momento sequer que me sentisse sozinho pela falta de alguém.
Por isso, quando ouvi a pergunta do “nariz-quebrado-que-pegou-a-jenifer-aniston”, eu pensei em vocês:
Nos amigos que amo, que me fazem especial.
Soli Deo Gloria,
Ludyney Moura, Doulos!
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