Acho que passei um mês inteiro sem escrever nada.
Às vezes isso acontece comigo, parece que a coisa trava. Não penso, não escrevo, não leio e acabo sem evoluir; num estado letárgico-estático causado pela gama de fatores exógenos de ordem espírito-clerical, fruto, dentre outras coisas, da atual “não-proximidade” com aquilo que me causava satisfação interior.
O livro está numa fase decisiva, mas parado. Chegou num ponto que não sei como continuar. Existe uma enxurrada de fatos a contar, um turbilhão de sentimentos a externar, mas travou.
Esse final de semana assisti um filme muito loko. Um cara, cansado da vida imposta pelo sistema (sem clichês mesmo). Abdica do conforto, futuro e estabilidade que seus pais milionários podem lhe dar e...some no mundo.
Proposta tentadora, a não ser pela solidão da empreitada. Baseado em fatos reais, o filme relata a aventura solitária do sujeito à procura de algo maior. Da felicidade talvez, do perfeito casamento do homem com gaia, ou quem sabe apenas de um lugar melhor para respirar.
Fundamentalistas podem classificar a atitude do cara como uma fuga. Fuga do mau casamento do s pais, da carreira metódica e quadrada de advogado, do medo de não corresponder, ou sei lá, medo de escuro.
Mas, não. Não acredito que esse tipo de atitude possa ser classificada como “fuga”, mas sim como “busca”. Dentro de todo ser humano (pelo menos na maiorias dos que eu conheço), existe uma lacuna a ser preenchida, um espaço que a gente sempre tenta suprir com um monte de coisa.
Tem gente que procura esse “recheio” nas drogas, no trabalho, num relacionamento, enfim, em infinitas possibilidades. Eu procurei até num chiqueiro. E ainda estou à procura.
Mas, acho que isso é algo a ser alcançado na eternidade. Ou então naquilo que é terreno que mais se aproxima do eterno. O amor do Cristo. Como fazer isso?
Estou desesperadamente tentando aprender como fazer isso, talvez morrendo por algo ou alguém, ou me doando inteira e integralmente, amando com toda a força das minhas entranhas. Sei lá, ou tudo isto junto.
À medida que for descobrindo, vou colocando pra fora, no blog, no livro e, porque não sonhar, num púlpito.
Soli Deo Gloria
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