Eu, assim como você, gosto pra caramba do Djavan, um fera da MPB, dono de um límpida e inconfundível voz. Numa de suas canções há essa lição de fé: “Espero com a força de um pensamento recriar a luz que me trará você, e tudo nascera mais belo...”; eu cantaria: “Queria com a força da esperança ver nascer paixão, um belo sentimento que me trará você...”.
Sabe porque, Paixão? Porque não me lembro quando foi que você veio de verdade, de modo que, e diferente do “Dija”, eu não posso esperar pela recriação, e sim pelo nascimento, ou criação. Todavia, às vezes até duvido que você realmente existe.
Existir talvez até exista, mas sua duração, em mim, se equivale ao tempo de vida em que canta uma cigarra. E por falar nela, na cigarra, lembro-me de minha infância.
Sabe porque, Paixão? Porque não me lembro quando foi que você veio de verdade, de modo que, e diferente do “Dija”, eu não posso esperar pela recriação, e sim pelo nascimento, ou criação. Todavia, às vezes até duvido que você realmente existe.
Existir talvez até exista, mas sua duração, em mim, se equivale ao tempo de vida em que canta uma cigarra. E por falar nela, na cigarra, lembro-me de minha infância.
Vou devanear um pouco.
Te caçar, Paixão, é uma tarefa cheia de óbices, tal qual me era caçar cigarras. Do inseto eu ouvia o canto, de você eu ouço a fama da beleza que é ver-te em formação, e da desolação após tua passagem.
Recordo-me que para apanhar a cigarra na árvore, amarrar uma linha em suas patas, e então fazê-la girar e cantar ao meu gosto (que o PETA não me leia), era preciso superar o medo de subir, e talvez cair, na árvore, bem como vencer o pavor sádico de sentir o repugnante e indefeso corpo invertebrado se contorcer na palma da minha mão, enquanto eu preparava as obliterações necessárias ao cruel ritual.
Já contigo, Paixão, eu não tenho idéia de como te encontrar, para te fazer cantar e girar junto a mim.
Se o amor desse em “pés”, e tu, Paixão, tivesse coluna, tudo seria mais fácil. Mas, o amor não é uma cigarra, tampouco a Paixão seu canto pré-morte.
Grande obstáculo seres abstrata.
Sigo minha caça a ti.
Te caçar, Paixão, é uma tarefa cheia de óbices, tal qual me era caçar cigarras. Do inseto eu ouvia o canto, de você eu ouço a fama da beleza que é ver-te em formação, e da desolação após tua passagem.
Recordo-me que para apanhar a cigarra na árvore, amarrar uma linha em suas patas, e então fazê-la girar e cantar ao meu gosto (que o PETA não me leia), era preciso superar o medo de subir, e talvez cair, na árvore, bem como vencer o pavor sádico de sentir o repugnante e indefeso corpo invertebrado se contorcer na palma da minha mão, enquanto eu preparava as obliterações necessárias ao cruel ritual.
Já contigo, Paixão, eu não tenho idéia de como te encontrar, para te fazer cantar e girar junto a mim.
Se o amor desse em “pés”, e tu, Paixão, tivesse coluna, tudo seria mais fácil. Mas, o amor não é uma cigarra, tampouco a Paixão seu canto pré-morte.
Grande obstáculo seres abstrata.
Sigo minha caça a ti.
Ao Deus da minha procura seja a Glória
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