Essa noite eu fui dormir literalmente curvado! O peso de um dia difícil me curvou, subi as escadas que dão no meu quarto com dificuldade e ofegando, meus olhos extremamente pesados e avermelhados, minha respiração impedida por um muro decorrente de uma renite alérgica. Meu corpo físico sofria as tribulações do meu espírito e da minha mente.Meu olho estava inchado, e a causa biológica era um pequeno inseto de uns 2 mm, minhas entranhas pareciam uma rocha dinamitada, eu me sentia como se tivesse tomado uma série de murros bem na boca do estômago, causado também janta, e minha face era como um balão avermelhado, fruto da renite que me acompanha há anos.
Por vezes ouvimos que as manifestações psicossomáticas, que na verdade são apenas perturbações originadas por fatores psicológicos (muitas vezes somadas a um componente biológico), que podem precipitar o início, recorrência ou agravamento de sintomas, mas nem sempre provamos desta combinação de fatores, não corriqueiramente. Ontem eu provei.
Tive de responder a uma correspondência eletrônica agressiva, tão logo eu o fiz me senti mal de súbito. Minhas costas doeram, meu ombro travou e senti algo semelhante a um torcicolo. E eu tive certeza de que isto acontece, é um fato! Há cerca de dois anos tive algo semelhante, mas fruto de um ano inteiro de estresse (a taquicardia e a colite ulcerativa), que na verdade chegaram de leve, de mansinho, dessa vez foi repentino!
Ontem quando deitei, não tive forças para ajoelhar e orar, então o fiz na posição fetal em que me encontrava, e apenas uma frase saiu da minha boa: “Eu não tenho mais forças”. Pronto, Deus ouviu! Hoje recebi outro email agressivo de um cara que não me deve amor apenas por ser meu pai, mas porque isto é um dever cristão (Rm 13:8). Mas, Deus ouviu meu pedido e a esperança renasceu (Fp 4:7).
Dizem que as pedradas que são dadas de perto doem mais, é verdade. Eu me julgava mais forte e mais resistente, mas não sou, minha fraqueza aliada à solidão e falta de ajuda, me fizeram provar das causas corpóreas que a mente e alma criam. Como é estranho isso, como somos complexos, indivíduos não di ou tricotomistas, mas seres holísticos, ou seja, o que meu espírito sofre faz, meu corpo sente, e o mal praticado pela minha carne enfraquece meu espírito. Relação complexa e até cômica.
Agora estou num dilema quanto ao cara que esta me atirando pedras, faço com ele o que Paulo fez com Alexandre em I Tm 1:20, o que ele fez em II Tm 4:14. É um dilema porque sei que Deus me ouvirá. Uma vez, há uns sete anos atrás eu fui assaltado, tinha uns 17 anos. Era umas 7:30h da manhã, pleno centro da cidade, um guri me disse: “se não quiser levar uns teço me passe o óculos”, é claro que não queria um tiro, e o óculos nem era caro, mas a sensação de roubo com ameaça é indescritível, só quem passou por isso sabe.
Mas, quero dizer com isso que na hora do assalto o cara fugiu de bicicleta e ao atravessar a rua vinha um carro, eu pensei: “puxa, podia pedir pra Deus para esse carro atropelar esse cara”, e eu tive uma estranha sensação de que alguém mais Poderoso que eu me ouviria, mas na hora eu pensei: “Não, tenha misericórdia!”. Lembro-me que nesse dia fiz tudo o que tinha para fazer no centro da cidade, quando cheguei em casa e contei pra minha mãe o ocorrido eu chorei feito uma criança; ontem, eu tomei a pedrada mas não chorei, curvei, não tenho mais lágrimas, mas dores. “E agora josé?”
Eu descobri que manifestações psicossomáticas acontecem com qualquer um, mas também até mesmo elas sucumbem ante o leve e suave fardo do Messias (Mt 11:30). E eu sigo confiando, mesmo que o túnel da minha existência esteja tenebroso, mas a esperança da minha salvação me faz confiar, e nem que apenas o porvir do século vindouro me seja favorável (Mc 10:30), ainda assim eu hei de confiar!
Soli Deo Gloria
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