“nada garante que os evangélicos, tão divididos em termos econômicos, políticos e organizacionais, sejam capazes de exercer um papel realmente eficaz na construção de um mundo globalizado mais justo que o de hoje” Paul Freston.
Será mesmo que somos tão divididos? A ponto de não mais oferecermos perigo algum de transformação para a grande massa não-evangélica do mundo?
Há um tempo atrás trabalhei em uma igreja de periferia, sem muitas posses ou uma grande estrutura, mas eram um povo amável e acolhedor (pelo menos num primeiro momento). Fui muito bem recebido, e era gratificante dar o sangue ali, trabalhar até me fadigar.
Quando comecei realmente a trabalhar na igreja, em alguns cultos os cabos e/ou microfones não queriam funcionar, e eu pregava no gogó. Nosso “telão” era um lençol branco, que era coloca no batistério (que era só um buraco com tijolos), precisava subir uma escada e prender com mais tijolos. Mas eu sentia que meu sangue era bem empregado ali.
A despeito, de não ser um bairro deveras populoso, havia na rua desta igreja outras seis (quase 7, porque uma era bem na esquina). Inclusive outra da mesma denominação e convenção, fruto de uma divisão. Um cisma causador de contendas, e que deixou marcas profundas em toda uma comunidade, atingindo diretamente famílias que se viram separadas por razões até pouco explicadas.
Mas Freston me fez pensar, e cheguei à conclusão de que ele está com a razão. Somos divididos realmente. Este caso que mencionei não é isolado, nem tampouco uma rara mostra de divisão. As vezes as divisões acontecem sem que haja rachas dentro da igreja, ela parece unida por fora, mas por dentro é uma franca guerra de facções, onde EU crescer e EU dominar é o principal objetivo.
Não sei se posso afirma que desisti da igreja evangélica, mas acordei quanto a ela. Ontem fui dar uma aula no seminário, e um dos assuntos era “plantação de igreja”, com uma abordagem dualística. Primeiro a respeito dos que acreditam que função da igreja é apenas o arcaico e único pioneirismo evangélico, que consiste em sair de onde estou, para ir, pregar, discipular para tão somente “Plantar uma Igreja”. Há também os que acreditam apenas na “Transformação”, algo muito semelhante à teologia da libertação – fazer justiça aos oprimidos e alimentar os famintos.
Mas a melhor, e correta, maneira de ser pregar o evangelho é com uma abordagem unificada. Para uma igreja ser “plantada” é necessário que pessoas sejam transformadas. Para que seja cumprido o propósito de Deus de fazer conhecida sua Glória, e de salvar a humanidade por sua Graça, e assim seja estabelecido o Reino de Deus entre os homens, é peremptório que haja transformação. Igrejas são comunidades criadas e mantidas por gente alcançada pela Graça (pelo menos na teoria).
Em lugares onde a depravação, idolatria, miséria, enganação espiritual, domínio satânico descarado, casos como estes devem sucumbir ante o poder transformador do evangelho: http://g1.globo.com/Noticias/PlanetaBizarro/0,,MUL179139-6091,00.html (ao menos esse cara não se casaria com esta noiva).
Como nós pregaremos justiça se vivemos numa desigualdade social, eclesiológica, pastoral, econômica dentro das igrejas? Se Marx tivesse tido a oportunidade de viver entre os primeiros cristãos, com certeza essa seria sua fonte de modelo para o socialismo utópico. Mas não, ele conheceu a igreja moderna, como nós temos e vivemos hoje (talvez um pouco menor e mais ortodoxa), e por isso apregoou sua contrariedade à fé cristã.
Outro dia estava na igreja, quando o Pastor deu oportunidade para um membro dar seu testemunho durante o período final de (re)construção do templo. O cidadão subiu no púlpito, com sua roupa de marca, seu sapato novo e limpo, seu relógio reluzente, e a chave do carro importando pendurada no cós da calça. E após um brevíssimo relato de quem era, começou um leilão de oferta.
A primeira oferta foi algo em torno de R$30.000,00. “-Quem quer dar trinta mil pra igreja?”, e esta não é uma questão de querer, mas de poder. E como num leilão a oferta com diminuindo de 5 em 5mil. No final depois dos R$500,00, uns poucos abençoados generosos estavam no púlpito, ao lado do ávido pastor, que certamente se alegrava com aquilo (provavelmente eu faria o mesmo).
Mas 98% das pessoas que assistiam aquilo se alegrariam em receber uma oferta do lance mínimo ali ofertado (os R$500,00). A desigualdade era gritante, não houve naquele momento abertura para ofertas inferiores. E o cara que ganha um salário mínimo? Aquele dia foi humilhado e levou de volta pra casa os míseros R$2,00 que levou para ofertar.
Se entre nós há tamanha desigualdade e divisão, tanta coisa que outros escreveram compêndios sobre isso, como poderemos pregar e fomentar justiça e igualdade??????? Alguém sabe será????
Será mesmo que somos tão divididos? A ponto de não mais oferecermos perigo algum de transformação para a grande massa não-evangélica do mundo?
Há um tempo atrás trabalhei em uma igreja de periferia, sem muitas posses ou uma grande estrutura, mas eram um povo amável e acolhedor (pelo menos num primeiro momento). Fui muito bem recebido, e era gratificante dar o sangue ali, trabalhar até me fadigar.
Quando comecei realmente a trabalhar na igreja, em alguns cultos os cabos e/ou microfones não queriam funcionar, e eu pregava no gogó. Nosso “telão” era um lençol branco, que era coloca no batistério (que era só um buraco com tijolos), precisava subir uma escada e prender com mais tijolos. Mas eu sentia que meu sangue era bem empregado ali.
A despeito, de não ser um bairro deveras populoso, havia na rua desta igreja outras seis (quase 7, porque uma era bem na esquina). Inclusive outra da mesma denominação e convenção, fruto de uma divisão. Um cisma causador de contendas, e que deixou marcas profundas em toda uma comunidade, atingindo diretamente famílias que se viram separadas por razões até pouco explicadas.
Mas Freston me fez pensar, e cheguei à conclusão de que ele está com a razão. Somos divididos realmente. Este caso que mencionei não é isolado, nem tampouco uma rara mostra de divisão. As vezes as divisões acontecem sem que haja rachas dentro da igreja, ela parece unida por fora, mas por dentro é uma franca guerra de facções, onde EU crescer e EU dominar é o principal objetivo.
Não sei se posso afirma que desisti da igreja evangélica, mas acordei quanto a ela. Ontem fui dar uma aula no seminário, e um dos assuntos era “plantação de igreja”, com uma abordagem dualística. Primeiro a respeito dos que acreditam que função da igreja é apenas o arcaico e único pioneirismo evangélico, que consiste em sair de onde estou, para ir, pregar, discipular para tão somente “Plantar uma Igreja”. Há também os que acreditam apenas na “Transformação”, algo muito semelhante à teologia da libertação – fazer justiça aos oprimidos e alimentar os famintos.
Mas a melhor, e correta, maneira de ser pregar o evangelho é com uma abordagem unificada. Para uma igreja ser “plantada” é necessário que pessoas sejam transformadas. Para que seja cumprido o propósito de Deus de fazer conhecida sua Glória, e de salvar a humanidade por sua Graça, e assim seja estabelecido o Reino de Deus entre os homens, é peremptório que haja transformação. Igrejas são comunidades criadas e mantidas por gente alcançada pela Graça (pelo menos na teoria).
Em lugares onde a depravação, idolatria, miséria, enganação espiritual, domínio satânico descarado, casos como estes devem sucumbir ante o poder transformador do evangelho: http://g1.globo.com/Noticias/PlanetaBizarro/0,,MUL179139-6091,00.html (ao menos esse cara não se casaria com esta noiva).
Como nós pregaremos justiça se vivemos numa desigualdade social, eclesiológica, pastoral, econômica dentro das igrejas? Se Marx tivesse tido a oportunidade de viver entre os primeiros cristãos, com certeza essa seria sua fonte de modelo para o socialismo utópico. Mas não, ele conheceu a igreja moderna, como nós temos e vivemos hoje (talvez um pouco menor e mais ortodoxa), e por isso apregoou sua contrariedade à fé cristã.
Outro dia estava na igreja, quando o Pastor deu oportunidade para um membro dar seu testemunho durante o período final de (re)construção do templo. O cidadão subiu no púlpito, com sua roupa de marca, seu sapato novo e limpo, seu relógio reluzente, e a chave do carro importando pendurada no cós da calça. E após um brevíssimo relato de quem era, começou um leilão de oferta.
A primeira oferta foi algo em torno de R$30.000,00. “-Quem quer dar trinta mil pra igreja?”, e esta não é uma questão de querer, mas de poder. E como num leilão a oferta com diminuindo de 5 em 5mil. No final depois dos R$500,00, uns poucos abençoados generosos estavam no púlpito, ao lado do ávido pastor, que certamente se alegrava com aquilo (provavelmente eu faria o mesmo).
Mas 98% das pessoas que assistiam aquilo se alegrariam em receber uma oferta do lance mínimo ali ofertado (os R$500,00). A desigualdade era gritante, não houve naquele momento abertura para ofertas inferiores. E o cara que ganha um salário mínimo? Aquele dia foi humilhado e levou de volta pra casa os míseros R$2,00 que levou para ofertar.
Se entre nós há tamanha desigualdade e divisão, tanta coisa que outros escreveram compêndios sobre isso, como poderemos pregar e fomentar justiça e igualdade??????? Alguém sabe será????
Comentários
Vivemos um tempo de declínio do no cristianismo, e podemos ver isto em todo o lugar. E boa parte disto se deve pela falta de mudança de nossos lideres, em parte, isto se deve pela mudança radical dos evangélicos em geral. Como falei as gerações estão cada dia mais exigentes, porem esta mudança só vem para pior, infelizmente. Gostaria de fazer menção aquela velha e de certa forma batida historinha de um dia Cristo resolve-se passar alguns dias neste mundo visitando nossas “igrejas”, o que pensaria ou sentiria Ele? Que mensagens ou louvores levariam para ele, como seria sua aceitação? Será que Cristo choraria tocado pelas verdades que o levou a morrer por nós? Ou então choraria de vergonha diante do que veria e ouviria? O que pensaria dos pastores que diante deste evangelho medíocre que temos, “já conseguiram o que queriam.” Pastores se auto apascentando? Estamos perdidos a ter igrejas pregando o que o povo quer ouvir? Porque não conseguimos deixar de lado o nosso estilo de vida e seguir o de Cristo? Porque as igrejas estão aceitando os estilos de vida das pessoas, porque estamos aceitando o pecado de todos em bem da igreja? Que evangelho é este? Porque a cada dia buscamos no mundo as respostas para nossos problemas, a cada dia mais e mais ouvimos os pastores usando terminologias antes ouvidas por profissionais da saúde agora dentro das nossas igrejas, cada dia mais os pastores falam como se fossem psicólogos!! Eu tenho uma irmã fazendo psicologia e vendo o que ela estuda cada dia mais se usa dentro das pregações, porque estamos deixando nos seduzir pelo mundo e não o inverso? Perdemos o foco? Ou virou casa de espetáculos onde o negocio é manter a casa cheia, não importa que a cada seis meses podemos ver pessoas diferentes na igreja o importante é ter a casa cheia! Certo ou errado? A apostasia é um dos maiores sinais de que o arrebatamento está para vir. Jesus disse: “voltando Ele, acharia fé na terra?” O que me consola diante da tristeza causada por este evangelho de hoje é saber que o “Bom Pastor” virá buscar “as ovelhas do seu pastoreio” Aleluia! Perdi a fé também, não em Cristo mas na instituição “igreja” perdemos a noção do ridículo, perdemos totalmente a idéia de Igreja, ou será que um dia tivemos? Deixamos-nos deturpar por nossas fraquezas, nos deixamos seduzir pela necessidade de ter uma casa cheia, coreografias, música e diversos instrumentos, fora outras coisas mais estranhas ainda, volto a mesmas pergunta de sempre, Que Evangelho é Esse?
César Augusto Sanches