Triste Realidade acadêmica teológia sul-mato-grossense

Que a Graça e a Paz da parte de Nosso Senhor Jesus Cristo, possa estar sobre todos nós.

Começamos mais um semestre em nosso querido e respeitado Seminário Teológico Batista D’Oeste do Brasil (STBOB), para alguns é o último período de preparação para o ingresso na vida ministerial, para outros é ainda o começo. Todavia nós, batistas, estamos nos preparando para executarmos a vontade divina em nossas vidas, e o fazemos com afinco e suor. Para a imensa maioria dos que lá estão, e que por lá passaram, os quatro anos de seminário são um deserto, um tempo de tribulação e isolamento; muitos abrem mão de momentos importantes da vida, como por exemplo, perdem anos de convívio com filhos, alguns dos quais nascem e crescem enquanto seus pais se capacitam para a seara do Senhor. Que o Pai das Luzes nos recompense.

O que me faz escrever hoje é uma forte indignação contra uma triste realidade vivida em nosso meio denominacional. Estamos, é verdade, num momento difícil de nossa amada igreja, mas ainda temos uma tradição e um respeito perante a sociedade, devemos preservá-los e manter nossos princípios, e o STBOB tem sido um baluarte batista, honremo-lo.

A triste realidade a que me refiro é a migração em massa de muitos crentes batistas, para seminários “interdenominacionais” da capital, que não conhecem nossa realidade, não prezam por nosso respeito, e nem muito menos zelam por nossos princípios. Nossa formação no “seminário batista”, é penosa, temos estágios exigentes a cumprir, momentos onde experimentamos o ministério; pensamos, executamos e ainda apresentamos a monografia, que não pode ser um “trabalhão”, mas sim um concerto final de cunho cientifico, assim como o fazem as universidades de respeito.

Soube, com pesar, que alguns seminários da cidade têm como estágio “assistir a alguns filmes”, ou então, “aceitam créditos cursados mal e porcamente” por seminaristas desleixados sem compromisso com o Reino de Deus. Não são poucos os casos de pessoas que ficaram mais do que o tempo normal necessário para a formação no STBOB (hoje quatro anos), não tiveram a capacidade de concluir o curso conosco, e depois de poucos meses, e eu digo POUCOS mesmo, em outro seminário, que por questão de ética eu omito o nome, obtiveram o titulo de “Bacharel”.
Que vergonha para o Reino! Como poderão assumir nossas igrejas pessoas que não seguem pelas veredas corretas da denominação, mas pegam “atalhos” para a formação? Como alguém que foge do que é “Direito” dentro da igreja Batista Brasileira, pode ansiar galgar um púlpito nosso? Como confiaremos nossas vidas a pastores que não encaram de frente as dificuldades da vida, preferindo “atalhar” por um caminho mais fácil? Fracos, medrosos ou espertos? Como classificar os “nossos” que fogem do “nosso” seminário para facilitar a entrada no ministério? Ou ainda, seria o tempo de preparação ministerial algo que se pode “não ser levado tão a sério” ao ponto de buscarmos um fajuto e parco reconhecimento?

Meus irmãos, sou batista por acreditar nos princípios da denominação, não somos os únicos corretos, nem tampouco ser batista é sinônimo de “justo”, todavia, o tempo tem nos provado que fazer o certo e praticar a verdade agrada a Deus. De que adiante fugir aqui, se irá cair ali? Todos conhecem esse refrão do Rebanhão: “...Quem quiser atalhar vai parar no beleléu”. Minha critica não é pessoal, mas se ofendi alguém, me perdoe! Outrossim, critico veementemente essa fuga temerosa do nosso seminário batista, que geralmente é acompanhada de uma curiosa jactância. Orgulho por nivelar por baixo? Ou por passar na minha frente? Ah, entendi, você que passou anos e anos camelando no STBOB, reprovou inúmeras vezes de grego, hebraico, teologia bíblica, dentre muitas outras, não conseguiu cumprir com os puxados estágios, você é mais ESPERTO do que nós que ainda sofremos num seminário deficitário em estrutura, achou um atalho pra formação. Riu primeiro. Parabéns. O tempo irá provar e requerer sua esperteza.

Por fim eu lhes digo, irmãos de fé, como é bom passar um tempo de seminário cheio de tribulação e deserto, perder o crescimento de um filho, perder o convívio social, perder muitas vezes a saudável vida espiritual, perder a saúde e paciência, mas permanecer cônscio de estar no centro da vontade de Deus, haja o que houver, passe quantos gregos forem necessários, mas não abro mão de honrar com a minha igreja e meus irmãos. O Senhor é o meu Pastor, eu o obedeço e posso todas as coisas nEle. Que o tempo prove minha fala, e que o Espírito Santo nos mostre, sempre, o caminho a seguir. Soli deo Gloria.

Comentários