A cruz no meu peito...

A cruz para mim

Hoje de manha acordei com a cruz na cabeça (e no pescoço também), e sai de casa com uma musica no coração: “sim na cruz, sim na cruz, sempre me glorio, e ao fim vou descansar, salvo além do rio”.

Eu parei para pensar no que a cruz significa na minha vida, ou melhor, o que a cruz, a de Cristo, pode e deve significar para todo ser humano e para a humanidade toda. A cruz é o símbolo maior do amor.

A cruz representa o que há de mais sagrado na religião cristã, e infelizmente digo “religião cristã”, porque eu gostaria de dizer “sociedade cristã”; mas não, nem todos somos cristãos que olhamos para a cruz como devemos, ou como ela deve ser vista. Ela é o símbolo maior do amor maior do Deus maior por sua maior criação. A cruz representa o amor que gera vida.

A cruz é o cumprimento da profecia do Servo Sofredor, se não fosse a cruz não haveria nunca remissão de pecados, se não fosse a cruz não haveria espaço para os muitos bilhões de azazels, os bodes emissários que levavam sobre si toda a iniqüidade do povo de Deus, ou não haveria bodes suficientes para serem degolados para expiarem o pecado de toda a humanidade. A cruz é preço final pela libertação eterna do pecado.

Antes da cruz o homem era escravo do pecado, e submisso a uma lei que apenas o acusava, mas que não podia remi-lo ou perdoá-lo. E isso é muito mais do que uma cerimônia religiosa. Todas as culturas expiam seus pecados, todos os povos buscam perdoar suas culpas de alguma forma. Todas as religiões apresentam uma saída para uma vida de pecados. Mas, apenas a Cruz oferece uma solução imediata.

Eu vivi muito tempo com um vazio do tamanho da cruz dentro do peito. Uma desesperança que nascia nas minhas entranhas parecia querer tomar conta de tudo dentro de mim, até meu encontro com a Cruz de Cristo há muitos anos atrás.

Depois que realmente conheci a cruz de Cristo eu soube encarar o Cristo que nela morreu, mas que dela se libertou, vencendo a morte e reinando sobre a vida.

Eu carrego uma cruz no peito não para declarar minha cristandade, ou para asseverar minha situação clerical, eu carrego uma cruz no peito porque é a cruz que me faz caminhar, é a cruz a fonte da minha vida. Eu carrego a cruz no peito para me lembrar do sacrifício eterno feito por mim no Gólgota há quase 20 séculos. Eu carrego a cruz no peito para lembrar a mim mesmo que sem Jesus eu não vou a lugar algum. Eu carrego a cruz no peito para me fazer olhar para o outro e enxergá-lo como superior a mim. Eu carrego a cruz no peito porque a tenho marcada na alma, e aquele que dela ressuscitou preenche todo meu coração.

A cruz é o símbolo da superação de barreiras. A cruz quebra paradigmas e preconceitos. A cruz vence o medo. A cruz vence a discriminação. A cruz vence a angustia. A cruz vence o mal. A cruz é o reinado da luz sobre as trevas.

Todas as vezes que eu lembro da cruz, eu imagino a cena da crucificação de um inocente. Pagando um preço eterno, que resulta numa paz intensa e imensa dentro de mim, um preço que produz em mim um sentimento tão nobre e eterno que posso apenas chamá-lo de: amor.

Imaginar o Jesus na cruz é ter a certeza de que nunca estarei sozinho. Se alguém foi capaz de pagar um preço espiritual e eterno tão grande por mim, logo eu preciso viver de maneira que esse sacrifício tenha valido a pena. Eu carrego a cruz no peito para me lembrar que preciso ser parecido com Jesus.

A cruz é meu bem maior, a vida eterna a minha herança é a pregação do evangelho meu legado.

O evangelho é isso: Jesus veio para nos salvar, sua morte trouxe vida, e sua vida nos traz paz, esperança e vida eterna.

A cruz que era símbolo de maldição hoje representa a esperança. O homem que antes estava desgarrado, hoje se apega ao bom pastor que por ele morreu numa cruz.


Ao Cristo da Cruz, tão real quanto a luz do dia, seja toda a honra, poder e glória!

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