Sometimes we need change...

É bom assistirmos alguns filmes que começam com esta frase, não é mesmo?
Sugiro um exercício rápido: “feche os olhos e imagine aquela voz de locutor de documentário do Discovery dizendo: “Sometimes we need“, e logo abaixo da tela em letras amarelas a legenda: “Às vezes nós precisamos mudar”...e é desta forma, tendo em mente um roteiro de filme, que começo este post.
É pensando, embasada e espiritualmente, que chegamos a conclusões que se estendem pela vida toda. Conclusões que afetam nossa vida, ou melhor, transformam nossa prática de vida diária. Algumas vezes essas conclusões advêm de profundas introspecções reflexivas feitas em si mesmo, por eu mesmo.
Bem, eu acabo de sair de uma dessas conclusões, e ela é: eu preciso mudar.
Não mudar de casa, tampouco mudar de roupa ou torcer por outro time (é fácil torcer para o meu), mas mudar mais do que minhas atitudes, mais do que mudar os lugares que freqüento, trocar amigos, pedir carta para outra igreja, passar a crer noutro Deus, mudar de profissão ou simplesmente mudar de canal. Eu estou falando de uma mudança interna. Mudança feita nas entranhas.
Eu preciso mudar as intenções do meu coração.
Preciso parar para pensar. A grande pergunta que li no livro do Casaldaglia: “O que isso acrescentará na minha eternidade”, não sai da minha cabeça. Isso fica martelando o tempo todo. Por mais tolo, rude, babaca, crítico ou intolerante que eu seja, eu não consigo deixar de pensar que a intenção mais profunda do meu está ligada apenas a mim mesmo. E isso precisa mudar.
Ontem, eu li sobre o atentado terrorista suicida do Paquistão, que matou mais de 100 pessoas. Os infiéis que provocaram essa barbaridade o fizeram no meio de um mercado lotado de mulheres e crianças. Bem na hora em que as mães buscam os filhos na escola e passam no mercado para comprar a comida do almoço (para muitos deles, a única refeição do dia). Foi exatamente no horário de maior movimentação que os explosivos foram detonados. Uma carnificina horrenda, monstruosa, um verdadeiro holocausto xiita.
Esse tipo de coisa te faz parar para pensar. Uma barbaridade cometida por uma pessoa igualzinha a mim. Uma vítima igual, talvez, à minha mãe.
Mesmo com a larga divulgação dos atentados, não houve manifestações de defesa dos direitos humanos. Pobres islâmicos mortos merecem menos atenção que pandas, FMI, BID ou o ditador Zelaya.
Eu sei quem eu sou. Entendo perfeitamente como estou. Mas, uma coisa eu posso fazer: Orar, e levar a outros a fazer isso. Mas minha situação mal me permite orar sozinho, quanto mais orar com alguém, ou pior, levar outros a fazê-lo.
Hoje eu li: “Que o Senhor te responda no tempo da angústia; o nome do Deus de Jacó te proteja! Do santuário te envie auxilio e de Sião te dê apoio. Lembre-se de todas as tuas ofertas e aceitos os teus holocaustos. Conceda-te o desejo do teu coração e leve a efeitos todos os teus planos. Saudaremos a tua vitoria com gritos de alegria e ergueremos as nossas bandeiras em nome do nosso Deus. Que o Senhor atenda todos os teus pedidos!” (Sl 20:1-5).
Isso parece uma promessa, sem imposições, regras, objeções, contra-partida, ou qualquer coisa do tipo. Parece-me mais uma dadivosa promessa de Deus.
Queria que isso servisse não só pra mim, mas para todo o mundo cristão, hindu, muçulmano, ateu, animista, etc.
Deus, tente olhar no fundo do meu coração. Passe por cima do bestiário de luxurias, do hospício de medo, do harém de ódios mimados, e tudo quanto mais não te agrade, vá no âmago do meu ser; tente ver meu amor, procure ver quem sou eu de verdade, enxergue, por favor, minha real intenção, e, se ela não for agradável aos teus olhos, a transforme, sem mais nem menos, simplesmente a mude.
Não estou me sentindo muito bem, por isso “Às vezes nós precisamos mudar”...

Um doido, desesperado pela mudança...

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