Acabou..."versão censurada"!

Atendendo a pedidos, esta é a versão censurada do texto “Acabou...”, resolvi respeitar gente que eu gosto, e ocultei algumas partes do texto. Quem leu, leu, quem não leu talvez depois eu mostre...

É engraçado como que com o tempo a gente passa a se conhecer melhor, algumas expressões peculiares que demonstram nosso sentimento, posturas que deixam transparecer nosso nervosismo ou ansiedade, e com o tempo a gente entende o que aquilo quer dizer, como ontem eu entendi que era hora de orar e respirar fundo.
Há quase dois meses eu perdi meu tio, a figura de pai que eu conhecia, e no velório minha expressão era de cansaço, com a boca semi-aberta e língua cansada pra fora, engraçado, mas é essa minha “aparência” ante a dor do luto, e ontem novamente eu estava assim. Numa audiência com alguém.
Essa expressão de perda foi seguida de uma explosão irreconhecível, uma agressividade estranha, que serviram para eu ser expulso da sala de um juizado de conciliação, e perder as expectativas com alguém que sempre busquei.
Outro dia eu estava assistindo a TV Canção Nova, quando o vocalista da banda “Rosa de Saron” dava seu testemunho de vida (que pode ser lido nesse link: http://www.rosadesaron.com.br/frame_artigos_internas.php?id_formacao=155), ele contava como sempre buscou o pai, e como foi rejeitado como filho, e no final do testemunho ele diz que o pai que sempre procurou, esteve sempre ao seu lado, e ele só descobriu tempos depois, Deus era o pai que sempre o amava e apoiava.
Caramba, esse testemunho me impactou profundamente, diferente do vocalista do Rosa, eu sempre soube muito bem quem era meu pai, mas nunca consegui encontra-lo, e o pior é que ele dormia no quarto ao lado do meu, mas encontrá-lo era utopia. Ou ele estava no banco ou na igreja, o tempo que passava em casa era pra “descansar”, quando feríamos seu descanso apanhávamos.
Em decorrência dessa realidade a figura de Deus como Pai pra mim sempre foi destorcida, eu não entendia muito bem Deus como Pai, então era por isso que eu não ouvia a voz de Deus sempre, Ele também devia ser ausente como meu pai, e igual ao meu pai, Deus dava mais atenção à igreja que a mim. Definitivamente Deus como pai não me descia.
Um dia, há pouco tempo atrás, eu descobri uma figura materna em Deus, quando o próprio Cristo diz que Deus é como uma galinha que cuida dos seus pintinhos, e os esquenta sob suas asas (Mt 23:37), ai então: BUM!!!, acendeu a Luz, Deus é como minha mãe, que me ama, me cuida, me esquenta e me protege, e quando o Pai das Luzes faz isso Ele é a representação da figura do pai da minha imaginação, a perfeita personificação do nosso desejo paterno.
Eu não escrevo essas palavras para agredir, não tenho ódio, rancor ou mágoas, nem raiva, descontente sim pelo processo que precisamos responder, pela agressão vinda do nada, mas gostaria de, à semelhança do Guilherme, pedir um teste de DNA, mas um DNA de caráter, para provar que sou diferente, que serei diferente, que demonstrarei amor pela minha família, respeito pela mulher e paixão pelos filhos.
Essa madrugada pedi a Deus para ser acordado por Ele, para orar por alguém, Deus me acordou, depois pedi força para orar por ele, pois minha vontade era rogar pragas, e não abençoar, novamente Deus me deu força para orar. E agora é exercer o perdão, e pra isso novamente eu rogo o auxílio que só Deus pode dar nessas horas.
É Deus, se não fosse você na minha vida, não sei o que seria de mim, ontem quando eu estava para explodir, após haver desrespeitado alguém (coisa que eu nunca tinha feito), eu encostei na parede da porta do banheiro, um monte de gente ansiosa ao meu redor, e orei, chorei por dentro, não agüentava mais tanta pressão, eu havia perdido as esperanças em alguém que um dia chorou na minha formatura, todavia, a calma e paz que Deus tem me dado não tem preço.
Sofri porque perdi as expectativas de amor paterno na terra, e por mais que eu saiba que Deus me ama, me cuida e me protege como ninguém, mais até que minha mãe, eu sou homem, e existe uma necessidade quase que fisiológica da figura do pai, por 20 anos eu alimentei essa carência, por quatro anos a necessidade entrou em coma, e agora ela foi embora, se foi para neverland.
Talvez tudo que eu escreva aqui esteja meio desconexo, porque minha vida esta assim, sem eira nem beira, mal sei onde estou, e não faço idéia pra onde vou, de onde vim eu quero esquecer. Mas eu precisava rasgar o coração para escrever isto aqui. O restante fica pro “Confissões de um novel”.
Que Deus tome alguém nas suas mãos, e que eu sinta o Pai Deus segurando as minhas.
Soli Deo Gloria

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